Olá amigos. Espero que
estejam todos bem, e animados para o nosso primeiro tema sobre a Escatologia.
A Imortalidade da Alma
Negações da Imortalidade
As
negações da imortalidade têm tido pouco efeito sobre a crença da humanidade, o
que é um fato bem significativo. Tais negações são devidas algumas vezes a
meras perversões da natureza entre ignorantes e degradados; mas em geral são
causadas, pelo preconceito de alguma falsa filosofia.
O
materialismo nega a imortalidade da alma, visto negar a própria existência da
alma. Na filosofia materialista, todos os atributos da mente ou espírito são
concebidos como sendo propriedades da matéria. Não existe substância imaterial.
Todas a manifestações do pensamento, sentimento etc., são apenas funções da
matéria por causa das suas reações químicas e das combinações dos átomos.
Quando, portanto, o corpo se dissolve, todas as funções do pensamento,
consciência, sentimento etc., cessam de existir. Por esta razão, toda a filosofia
materialista se tem revelado destrutiva da religião e da moralidade.
O
panteísmo também nega a imortalidade propriamente dita. A única imortalidade
que ele admite é a continuação da raça. Toda a individualidade se perde no
reservatório do ser de onde proveio – desaparece no grande todo. Não há
existência pessoal depois da morte. O panteísmo é, portanto, por esta razão,
como o materialismo, inimigo moral no mundo.
Prova da Imortalidade da Alma
Argumentos Analógicos
A metamorfose da crisálida, o rejuvenescimento
da terra depois do inverno, a germinação da semente plantada e outros fatos
igualmente sugestivos da natureza, constituem fundamento analógico para a
crença na imortalidade da alma.
Argumentos Teleológicos
O objetivo da vida é atingido somente em parte
neste mundo, fazendo-se necessária a imortalidade para a sua plena realização.
Todo o homem normal instintivamente sente que esta vida é demasiada curta e
limitada para o uso pleno de seus dotes e a realização de suas aspirações. Qual
a alma que inflamada pela paixão de uma aspiração imensurável, não tem sentido
ou mesmo declarado que a existência seria apenas uma zombaria se não houvesse
imortalidade? Esta intensa convicção universal do coração humano, tem grande
significação.
Argumento Ético
A virtude deve ser recompensada e o pecado
castigado. Aqui neste mundo não se manifesta o que todos merecem com justiça,
no bom ou no mau sentido, e daí a necessidade moral de outra vida em que haja
um ajustamento.
Argumento Histórico
Comparativamente falando, todos os povos têm
crido nesta doutrina. A crença na imortalidade é multissecular e universal. O
que praticamente toda a raça humana crê, não pode ser levianamente posto de
lado.
Religiões Não Cristãs
O Fetichismo, talvez a mais atrasada de todas as
formas de religião, acredita na sobrevivência do espírito humano; também crê em
espíritos maus, contra os quais os seus encantamentos eram subliteratura posta
proteção.
Religião Babilônica e Assírica. Na velha literatura
acadiana há muitos hinos, alguns deles penitenciais como os Salmos. Eles são
mil anos mais antigos do que os Salmos e revelam crença na imortalidade.
Religião Egípcia. Parte da mais antiga
literatura do mundo nos vem do “Livro dos Mortos” dos egípcios. Parte deles se
acha nos rolos de papiro recuperado nos túmulos, em inscrições sobre estátuas e
monumentos, e em envoltórios de múmias. Este livro dos Mortos foi denominado,
por Champolion e outros, Ritual Fúnebre. Apresenta evidencia abundante da
crença na imortalidade. O termo usualmente aplicado em referência aos que
partiram é: “os viventes’. O título dado ao ataúde é: “caixão dos viventes”.
Hinduísmo ou Bramanismo. Os documentos
provam que os hindus sempre creram numa existência futura.
De dez a quinze séculos antes de Cristo, a
civilização indiana já era bastante adiantada; e o Rig-Veja (compreende mais de
mil hinos), que data daquela época remotíssima, revela com clareza a crença
hindu na imortalidade.
Budismo. Dizem alguns que o Budismo foi um
desenvolvimento do Bramanismo, ao passo que outros o consideram uma reação e
rebelião contra o extremado ritual dos sacrifícios do Bramanismo.
De qualquer modo, ele conservou a crença em uma
existência além-túmulo, mas acrescentaram a ideia de que todo o ser é
passageiro. A união com Brama não é final e resultará em nascer de novo.
Zoroastrismo ou Religião Persa. A velha
religião persa já passou quase completamente. A pérsia conquistada tornou-se
maometana. Mas a velha fé permanece entre os persas da Índia, havendo ainda um número
de adeptos na Pérsia. Essa crença tem elementos tão semelhantes ao Velho e ao
Novo Testamento, que alguns pensam que as Escrituras devem algo ao pensamento
persa. Os seus dois livros sagrados são: o Averta, o mais antigo, e o
Bundehesh, mais recente. Encontramos neles ideias muito claras a cerca da retribuição
futura e uma profunda concepção do bem e da culpa.
Religião Grega. Os gregos deixaram uma
literatura rica e copiosa, que se pode facilmente ler e entender, e suas ideias
religiosas são compreendidas com clareza e exatidão. A IIíada e a Odisseia de
Homero estão cheias de deuses e uma vida futura. Homero era politeísta, ao passo
que Platão era monoteísta; mas esse politeísmo transcendia o tipo ordinário,
por ter um grande deus, do qual os outros dependiam: Zeus. Os gregos amavam a
vida. A morte não era, para eles, o fim do homem. Embora sombria, essa vida
além era real.
Religiões Revelada
Os hebreus tinham uma
ideia ainda mais clara sobre a imortalidade do que as nações que os cercavam.
Tem-se dito às vezes que a concepção do Velho Testamento é que as recompensas e
os castigos são recebidos neste mundo mesmo. É verdade; mas encontramos nele
também a ideia de uma outra vida. O velho Testamento fala de os mortos serem
congregados aos pais, do aparecimento de Samuel a Saul e da esperança que tinha
Davi de ver a seu filho, etc.
Confira as passagens do Velho Testamento: Salmo
16.11; Salmo 17:15; Salmo 48.14; salmo 73.24-28; Isaías 26.19; Daniel 12.2.
No Novo Testamento, a doutrina da imortalidade
se encontra quase que em toda as páginas. Toda a referência à ressurreição
constitui prova da imortalidade.
Confira agora as passagens do Novo Testamento: João
3.16; João 14:23; Lucas 23.43;
São tantas as referências que não é possível citá-las
todas aqui. Todo o sistema doutrinário do novo Testamento envolve essa
doutrina.
Se a imortalidade não é um fato, somos
enganados pela própria constituição de nossa natureza e toda a vida é um
mistério insolúvel.
Por hoje é isso. Foi bastante informação, não é
mesmo? Mas espero que o tenha ajudado.
Até o próximo mês.
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