Há uma música que
diz: “Atire a primeira pedra aquele que nunca sofreu por amor” (Banda
Magníficos).
E há aqueles que,
como diz Benito de Paula: “meu coração nunca sofreu de amor”. Talvez porque não
tenham se entregado a uma paixão, ou talvez, não quiseram aceitar em sua mente,
o sonho de um amor que não foi totalmente correspondido, um sonho lindo e
inocente, onde só se queria ser feliz, e por isso mesmo há uma rejeição em
apagar da memória aquele amor que acabou sendo tão incosequente. Um amor
abusivo, uma armadilha ilusória, que acabou trazendo desprezo e dor.
Falar de amor é
comum, está nos filmes, nos livros e nas canções.
Pensar em amor como
simples sentimentos, ou como um momento a sois de dois corpos, também é comum.
Amor como uma
relação afetuosa ou idealizada, onde se abstrai o elemento sexual, entre
gêneros diferentes, como no caso de amizade entre duas pessoas é chamado de
Amor Platônico.
Termo utilizado
pela primeira vez no século XV, pelo filósofo Marsilio Ficino, como sinônimo de
amor socrático.
O amor quando é
codificado na mente e transportado para a vida como um amor impossível, difícil
ou que não pode ser correspondido, assume uma característica de amor platônico.
Muitas pessoas idealizam um amor focado na beleza do caráter e na inteligência
de uma pessoa, deixando em segundo plano o aspecto físico.
Para Platão o amor
é a raiz de todas as virtudes e da verdade. Algo essencialmente puro e
desprovido de paixões. O amor platônico, não se fundamenta num interesse, e sim
na virtude.
Sonhar com um mundo
perfeito, ter um grande amor pela lua, é viver no mundo das idéias que como
dizia Platão “tudo é perfeito”. É vivenciar um amor platônico.
Sonhar em encontrar
um homem perfeito ou uma mulher perfeita, uma amizade que não nos faça sofrer,
desejar ter um caso com aquela atriz ou ator, um mundo perfeito, sem dores; e
qualquer coisa do gênero, se refere a algo que não existe no mundo real, apenas
no mundo das idéias. Torna-se assim um amor platônico.
Quando encontramos
alguém amando a distância, sem coragem de aproximar, sem oportunidades de
toque, sem a intenção de um envolvimento maior, estamos diante de alguém amando
de forma platônica. Um amor idealizado, feito de fantasias, onde o objeto, ou
pessoa do amor é considerado o ser perfeito, alguém que detém todas as boas
qualidades e sem defeito.
Mas o que
encontramos na Bíblia é uma advertência do apóstolo Paulo aos Romanos, para
quem ele escreve: “Que o amor de vocês seja não fingido. Odeiem o mal e sigam o
que é bom” (Romanos 12. 9).
Isso sugere que o amor não é apenas um sentimento, e que ele não está apenas no campo das
idéias. E sim uma ação consciente em direção a pessoa que se ama.
Veremos isso no
próximo encontro.
Leia também:
O Cristianismo e o Amor Platônico – Parte 2.