Graça e paz a todos que tem acompanhado estes
posts em que tratamos de um assunto
importante da teologia: a Justificação.
Hoje estaremos abordando, como dissemos no
mês passado, a Teoria Objetiva ou Forense sobre este tema.
Para iniciarmos quero fazer uma breve
apresentação.
A Teoria Objetiva considera a justificação
como um ato judicial. Nela o pecador é absolvido da condenação da lei. É uma
teoria declarativa; é uma sentença de absolvição ou quitação; ajusta ou
retifica a posição do homem para com a lei e resolve tratá-lo como justo; não
se trata de uma justiça infundida, mas uma sentença judicial que declara o
homem justo, sobre o fundamento de alguma coisa feita para ele.
Não é mero perdão, mas inclui o perdão.
Na justificação forense os seguintes fatos
devem estar compreendidos, a saber: absolvição, perdão e aceitação.
Se a justificação não fosse nada mais do que
perdão e a salvação dependesse do caráter e obras subsequentes, então a
justificação não seria fundamento para a certeza e, portanto, para a paz, uma vez
que a salvação ainda continuaria completamente incerta e descansaria sobre um
alicerce movediço. A absolvição e a aceitação são tão necessárias para a paz da
justificação, quanto o é o perdão.
Na jurisprudência humana faz-se objeção de
que o perdão e absolvição são incompatíveis, diz-se que se um homem é perdoado,
não é absolvido e se é absolvido não precisa de perdão.
Mas entenda isso, os casos não são paralelos.
Nos tribunais humanos, se um réu é perdoado,
a justiça não é executada, é simplesmente posta de lado; mas no governo divino,
a justiça não pode ser posta de lado, as exigências da lei nunca podem ser
ab-rogadas, nem mesmo rebaixada ou diminuídas. O problema de Deus na salvação
do homem foi permanecer justo e justificar o pecador ao mesmo tempo.
Veja o que diz a carta aos Romanos 3.26: “mas, no presente, demonstrou a sua justiça,
a fim de ser justo e justificador daquele que deposita toda a sua fé em Jesus.”
(versão: Bíblia King James).
Nos tribunais humanos, absolvição significa
declarar isento de culpa ao inocente; na justificação significa declarar isento
de culpa ao criminoso. A justiça tem que ser feita e o perdão oferecido, e
ambos estão envolvidos na justificação do pecador e, neste caso, são
compatíveis.
Uma pergunta importante deve ser feita: É
esta a verdadeira concepção de justificação? Certamente que todos não estarão
de acordo com a resposta. Mas este é o ponto de vista das escrituras sobre a
justificação e que pode ser observado pelas seguintes considerações:
1)
O
verbo grego dikaioo (justificar), tem
um sentidoforense ou judicial no Novo Testamento. Seja qual for seu sentido nos
clássicos, o usus loquenti do Novo Testamento
é bastante claro. Observe o seu sentido forense e a impossibilidade de um
sentido subjetivo nas seguintes passagens: Mateus 11.19; Mateus 12.17; Lucas
7.29; Lucas 10.29; Lucas 16.15 Atos 13.39; Romanos 3.28; Gálatas 2.16; Tiago
2.25. No Velho Testamento emprega-se a palavra no mesmo sentido: Jó 9.20; Jó
32.2; Isaias 5.23. E em todas estas passagens a palavra justificar significa
declarar justo ou absolver e não tornar inerente justo ou santo.
2)
Se
justiificar fosse usado no sentido subjetivo de tornar santo, então seria
possível substituir a palavra justificar
nas passagens em que se usa dikaioo.
Mas, o fato é que essas passagens ficariam sem sentido.
3)
O
Novo Testamento distingue entre justificação e santificação, como podemos notar
no verso a seguir: “Assim fostes alguns de vós. Contudo, vós fostes lavados,
santificados e justificados em o Nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito
Santo do nosso Deus! Nosso corpo é santuário de Deus “ (1 Coríntios 3.11 - Bíblia King James).
4)
A
palavra justificar é a antítese de
condenar em Romanos 8>33,34. Se é Deus quem os justifica, quem os condenará?
Assim como condenar não significa tornar pecaminoso, assim também justificar
não significa tornar santo.
Bem, está aí mais um pouco de informação. Espero
que tenha sido útil ao seu crescimento na fé em Jesus Cristo.
Nosso objetivo é fazer você pensar, pois Deus
não nos fez para seguir uma fé cega, e sim para que possamos crescer no seu
conhecimento através de questionamentos e dúvidas que muitas vezes nos vem.
Deus não nos dotou de inteligência para
balançarmos a cabeça positivamente a tudo que nos é imposto, fé é também
pensar. Essa é a razão da existência desse blog, ajudar você a pensar e conhecer
mais de Deus.
Até o próximo encontro.
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