Quem já assistiu ao filme “Love Story” deve se lembrar de uma cena em que Oliver (Ryan O’Neal) após discutir com sua esposa Jennifer (Ali MacGraw) sai a procurá-la pela cidade. Ao voltar para casa sem esperança e triste, ele a encontra sentada e chorando na escada do lado de fora de sua casa. Oliver arrependido pelo que fez, pede perdão a ela. É quando ela responde com a celebre frase: “Amar é jamais ter de pedir perdão”.
Para muitos cristãos essa frase pode não parecer muito apropriada, uma vez que Jesus ensina que devemos perdoar sempre: “Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete” (Mateus 18:22).
No filme Jennifer não é cristã, mas a idéia que ela tem de amor, supera em muito aquilo que muitos cristãos chamam de amor.
No entendimento dela, amar significava que o relacionamento entre um e outro seria de tal maneira que nada que um fizesse seria para ofender ou magoar o outro. Seria uma relação de parceria, de entendimento e de verdades. Tudo deveria ser feito de forma que nem um ou outro saísse ferido, machucado.
Para Jennifer não havia a possibilidade de quem ama ferir de alguma forma o outro. Ela acreditava que aquele que ama faz o possível para que tudo corra bem. Como diz um ditado que já ouvi por aí: “Quem ama cuida”.
O fato de Jesus ter ensinado sobre o perdão nos mostra que embora a idéia de Jennifer ser bem intencionada, o homem tem tendências egoístas. Por isso Deus deu a Moisés a lei que nos ensina a fazer aos outros aquilo que queremos que seja feito a nós (Mateus 7:12).
Assim, perdão passa a ser a chave que abre de novo a oportunidade do relacionamento voltar a ser como antes. “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas” (Mateus 6:14,15).
Se olharmos por esse ponto de vista, vamos entender o que Jennifer queria dizer: “Vamos viver de forma de não precisemos pedir desculpas”. Isso fará que nossa vida tenha um novo referencial. Um novo propósito. Começaremos a ver o outro como uma extensão de nós mesmos. Estaremos mostrando que aquilo que eu faço é o que desejo receber em troca.
Nossa vida cristã estará mais em sintonia com a Palavra de Deus. “Façam coisas que mostrem que vocês se arrependeram dos seus pecados” (Mateus 3:8). Mas ao fazer de sua vida um instrumento de benção na vida do outro, não se vanglorie por isso: “Mas você, quando ajudar algum necessitado, faça isso de tal forma que nem mesmo o seu amigo mais íntimo saiba o que você fez. Isso deve ficar em segredo; e o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa” (Mateus 6:3,4).
Se você não sabia que o perdão pode abrir para você uma nova oportunidade, fique sabendo então. Se essa palavrinha de cinco letras está na Bíblia não é por acaso ou para enfeitar. É para ser vivenciada, e você passar a ter um relacionamento mais sadio, mais honesto e sincero com outras pessoas que fazem parte do seu círculo de convivência, e também com Deus.
Mas se mesmo assim algo mal acontecer, saiba que perdoar é curar. Perdoar ajuda a fechar cicatrizes que foram abertas. Perdoar ajuda a restaurar a paz que foi perdida. Perdoar ajuda a esquecer as mágoas não esquecidas. Perdoar traz vida. Restaura a alegria. Faz viver em comunhão.
Amar é também aprender pedir perdão.
Ore agora: “Senhor, tira-me o poder de ferir, dá-me o poder de curar”.