“Não chamo vocês de escravo porque o escravo
não sabe o que seu dono faz; mas chamo de amigos,
pois tenho dito a vocês tudo o que ouvi de meu Pai”
(João 15:15).
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimento, basta ter coração.
Precisa saber falar e saber calar; sobretudo, saber ouvir.
Tem que gostar de poesia, da madrugada, de pássaros, do sol, da lua, do canto do vento e do murmúrio das brisas.
Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.
Deve amar ao próximo e respeitar a dor que todos os passantes levam.
Deve guardar segredo em se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem mesmo é imprescindível que seja de segunda mão; pode já ter sido enganado (todos os amigos são enganados).
Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro, mas não deve ser vulgar.
Deve ter um ideal e medo de perdê-lo; no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa.
Tem que ter ressonâncias humanas; seu principal objetivo deve de ser amigo; deve sentir pena
das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.
Deve ser Dom Quixote, sem, contudo desprezar Sancho Pança.
Deve gostar de crianças, lastimar as que não puderem nascer e as que não puderam viver.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos; que se comova quando chamamos de amigo; que saiba conversar de coisas simples, de orvalho, de grandes chuvas e de recordações da infância.
Precisa-se de um amigo para não enlouquecer, para se contar o que se viu de belo ou de triste, durante o dia dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas, de poças de chuva, de caminhos molhados, de beira de estrada, do mato depois da chuva e de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo.
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar, para não se viver debruçado no passado em busca de memórias queridas.
Precisa-se de um amigo que nos bata no ombro, sorrindo e chorando, mas que nos chame de amigo.
Precisa-se de um amigo que creia em nós.
Precisa-se de um amigo para se ter consciência de que ainda se vive.
Até certo ponto no relacionamento entre Jesus e seus discípulos, Ele os chamou de servos (João12. 26; 13. 13-16). Eram aqueles que recebiam ordens para fazer coisas e ver o que O mestre fazia. Nesse período os discípulos não sabiam qual era o sentido e o propósito das coisas que presenciavam estando junto de Jesus.
Depois de algum tempo Jesus passou a chamá-los de amigos. Significava que o relacionamento tinha se estreitado, pois amigos são aqueles que conhecem o que se passa na vida uns dos outros, eles cultivam forte comunhão e conhecem uns aos outros.
Esse relacionamento foi Jesus quem começou com os discípulos (1 João 4. 10). Começando com a seleção, depois a servidão e terminando com a amizade.
Venha você também conhecer esse time, que é mais do que vencedor (Romanos 8. 37). Venha fazer parte dessa amizade que nos mostra que a vida tem um sentido e de que vale a pena viver. Uma amizade que vai para além da vida que conhecemos hoje.
Uma amizade que vai durar eternamente.
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