Certa vez ouvi contar uma estória, e achei
interessante, por isso vou relata-la aqui:
Havia uma congregação e um ministro que
cuidava muito bem de seus fieis. Todos o amavam e respeitavam pela sua sinceridade,
honestidade e princípios morais.
Certa vez uma de suas fieis o procurou para
pedir sua orientação sobre algo que ela havia feito. Ele a levou para dentro da
congregação e conversou com ela. E como era muito sincero, falou o que aquela
mulher precisava ouvir.
Ela, porém, não ficou satisfeita com os conselhos
que o ministro lhe falou. Sentiu-se ofendida e resolveu sair dali e falar o que
o ministro lhe fizera sentir.
Ela espalhou falsas acusações por onde
passava e a notícia se espalhou por toda a cidade e pelo estado. Com isso a
congregação foi diminuindo e o ministro vendo o povo sumir sem entender o que
se passava.
Até que um dia, outra fiel vendo a tristeza
do ministro, foi até ele e falou o que tinha acontecido. Ele então procurou
alguns dos fieis que haviam saído da igreja e falou sobre o mal entendido.
Alguns que o conheciam voltaram prontamente após saberem o que na verdade havia
acontecido. Outros que moravam um pouco mais distante, e que aos poucos iam
conhecendo a verdade, também voltaram. Mas aqueles que moravam em outras
cidades, e que haviam se afastado e não mais tiveram contato com o ministro, e
nem com ninguém da congregação, permaneceram na sua ignorância.
A mulher, responsável por toda aquela
situação, arrependida, foi procurar o ministro para lhe pedir o perdão. Então
ele a recebeu, levou a mulher até o jardim, pegou uma flor dente-de-leão, e
depois a chamou até o alto da congregação, onde entregou a flor à mulher e
pediu para que ela a soprasse. E ao sopra-la a flor ia aos poucos perdendo suas
sementes. Até que não sobrou uma.
Algumas dessas sementes caíram próximas aos
pés da mulher, outras voaram e caíram no jardim da congregação, outras passaram
pelo muro e caíram na rua, outras voaram ainda mais distantes e passaram por
cima das casas vizinhas, sem que se pudesse saber onde elas cairiam.
O ministro e a mulher observaram toda essa
cena. A mulher não entendeu nada daquilo e voltou a perguntar se o ministro a
perdoava e o que ela poderia fazer para se redimir.
O ministro olhou para o chão, vendo as
sementes de dente-de-leão ali caídas e disse:
- É possível você recolher todas as sementes
dessa flor que você soprou?
- Não senhor. Pois algumas delas foram para
muito distante e eu não sei onde caíram. – Respondeu a mulher.
- Pois é minha filha, apesar de perdoar você,
eu terei de viver com as consequências do seu ato.
Essa estória reflete muito bem o que ensinou Tiago em sua carta:
“Meus irmãos, somente poucos de vocês
deveriam se tornar mestres na Igreja, pois vocês sabem que nós, os que
ensinamos, seremos julgados com mais rigor do que os outros. Todos nós sempre
cometemos erros. Quem não comete nenhum erro no que diz é uma pessoa madura,
capaz de controlar todo o seu corpo. Até na boca dos cavalos colocamos um freio
para que nos obedeçam e assim fazemos com que vão aonde queremos. Pensem no
navio: grande como é, empurrado por ventos fortes, ele é guiado por um pequeno
leme e vai aonde o piloto quer. É isto o que acontece com a língua: mesmo
pequena, ela se gaba de grandes coisas.
Vejam como uma grande floresta pode ser
incendiada por uma pequena chama! A língua é um fogo. Ela é um mundo de
maldade, ocupa o seu lugar no nosso corpo e espalha o mal em todo o nosso ser.
Com o fogo que vem do próprio inferno, ela põe toda a nossa vida em chamas. O
ser humano é capaz de dominar todas as criaturas e tem dominado os animais
selvagens, os pássaros, os animais que se arrastam pelo chão e os peixes. Mas
ninguém ainda foi capaz de dominar a língua. Ela é má, cheia de veneno mortal,
e ninguém a pode controlar.” (Tiago 3.1-8).
Ser cristão é ser como a flor dente-de-leão,
que apesar de ser pequena e sensível, faz com que suas sementes voem para
encontrar um lugar para cair e brotar. Fazendo com que as crianças fiquem
felizes em brincar de soprá-las.
Esta flor é uma bela e simples obra da
natureza criada por Deus para enfeitar o mundo. Sejamos crentes maduros capazes
de frear nossa língua e enfeitar a vida daqueles que carecem de nossa
compaixão.
E nunca se esqueça que a calúnia é igual a
carvão, quando não queima suja.