Um dos mais óbvios e persistentes fatos na
história da raça humana está o fato do pecado. É a sua presença que tem enchido
o mundo de miséria desde os dias de Adão até hoje.
Quando olhamos ao redor e percebemos todo lar
arruinado, toda cena de carnificina nos campos de batalhas, e nas cidades
também, todo ébrio que cambaleia pelas ruas, todo criminoso atrás das grades de
uma prisão, tudo isso só nos apresenta uma coisa, a evidência do pecado.
Todos os dias ele nos encara em todas as
cenas que contemplamos. Não há quem pode deixar de vê-lo! Portanto, o pecado
pode ser provado simplesmente pela observação. E nenhum homem é capaz de fazer
desaparecer de seu coração a consciência do pecado.
Isso nos faz ver que a consciência é também
outro meio de se provar o pecado. Pois a consciência distingue entre o prazer e
o sofrimento, entre a felicidade e a infelicidade, entre a fartura e a miséria.
Nossa consciência é capaz de distinguir entre
a percepção e a intuição. E ela nos aponta o pecado como uma convicção
universal. Em todas as nações, com todos os tipos de religião, há a consciência
do pecado e de que ele é algo específico, e que se difere de todas as afecções
da alma.
E ainda em relação à consciência, o seu
testemunho vai mais além, pois atesta a existência de um Deus pessoal.
Universalmente, o coração humano sente responsabilidade para com um ser mais
elevado do que o homem.
Tanto o pecado pode ser provado pela
observação como pela consciência que todo o governo humano reconhece esse fato.
As constituições e as leis existem para regulamentar a conduta humana. Somente
uma sociedade perfeita, sem pecado, poderia dispensar o governo civil.
Mas não é somente pela observação, pela
consciência e pelas leis governamentais que provamos a existência do pecado. As
Escrituras também dão provas desse fato.
Em Jeremias 17.9 está escrito: “Enganoso é o
coração, mais do que todas as coisas, e perverso: quem o conhecerá?”. O
Salmista atesta: “Não há quem faça o bem, nem sequer um” (Salmos 14. 3).
Os apóstolos também conheciam tal realidade,
Paulo escrevendo aos romanos disse: “Já dantes demonstramos que, tanto judeus,
como gregos (gentios), todos estão debaixo do pecado” (Romanos 3. 9). E João na
sua primeira carta escreveu: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a
nós mesmos, e não há verdade em nós” (1 João 1. 8). Neste versículo João está
se referindo a natureza pecaminosa, pecado aqui é um substantivo.
Mais adiante João escreveu: “Se dissermos que
não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1 João 1.
10). Aqui João usa o verbo pecar, ele se refere aos atos pecaminosos, que são
consequência da natureza pecaminosa.