O Evangelho é o primeiro e o maior tratado de educação,
porque se baseia inteiramente sobre este conselho: “Sede bons”.
Paulo ensina aos crentes de Éfeso: “Antes sede bondosos uns
para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus
vos perdoou em Cristo” (Efésios 4. 32). E aos crentes em Tessalônica ele
ensinou: “Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, uns
para com os outros, e para com todos” (1 Tessalonicenses 5. 15).
Quem pode duvidar, portanto, que a bondade seja uma
qualidade essencial, a viga-mestra sobre a qual se apoia todo o edifício da
virtude?
“Não vos enganeis. As más companhias corrompem os bons
costumes” (1 Coríntios 15. 33).
Uma pessoa meiga e afável não significa necessariamente que
ela é uma pessoa boa. É claro que os gestos de carinho têm o seu valor e
eficiência, pois a bondade precisa ser sempre fortalecida e exercitada para o
ato mediante essas manifestações exteriores. Mas a bondade não é apenas isso.
Certa vez Jesus respondeu a um jovem rico: “Por que me
chamas bom? Ninguém é bom, senão um que é Deus” (Marcos 10. 18).
Emotividade, pieguice, também não faz de ninguém uma pessoa
boa. A inclinação para a bondade só acontece realmente quando se é
condescendente, serviçal e dotado de uma afetividade diligente.
Isso não se consegue em pouco tempo. E a tarefa não e fácil.
O apostolo Pedro escrevendo sua carta aos crentes ensinou: “...
sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmuração” (1 Pedro 4. 9).
Ser condescendente é concordar, ceder voluntariamente. Ser
serviçal é ser prestativo. Ter afetividade é ter paixão, e ser diligente, é ser
ativo, solícito, ligeiro.
Tudo na vida moderna, e mesmo nas famílias, está organizado
de modo a realçar as vantagens de uns em prejuízo dos outros.
A Bíblia, todavia nos ensina: “Vós, porém, irmãos, não vos
canseis de fazer o bem (2 Tessalonicenses 3. 13 ); “Aquele, pois, que sabe
fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tiago 4. 17).
Para fazermos nascer bondade é preciso que se faça sentir as
alegrias que dela decorrem. Pois é da própria natureza da bondade não ter
limites. Compete-lhe abrir o coração para o infinito, para Deus.
A bondade é a mais infalível das diplomacias e, em todas as
ocasiões, a melhor conselheira.
Dale Carnegie em "Como Fazer Amigos e Triunfar na
Vida", só dá uma receita: “Simpatizem, compreendam, sorriam, apreciem;
numa palavra, que suas iniciativas, tanto nos negócios como na vida
sentimental, sejam todas inspiradas pela bondade”.
O sábio Salomão escreveu: “Aquele que segue a justiça e a
bondade achará a vida, a justiça e a honra” (Provérbios 21.21).
Certa história nos conta o seguinte:
O
menino que ao tentar ajudar ao pai na limpeza de um caminhão. Quebrou algo ou
amassou a lataria.
O
pai nervoso e furioso bate na mão do menino com muita força.
Machuca
ao ponto de ir para o hospital e ter de serem amputados os dedos.
O
pai ao visitar o filhinho o abraça e diz estar arrependido.
O
menino diz: - pai, eu só queria ajudar o senhor. O senhor me ensinou no outro
dia o senhor se lembra?
O
pai diz que o carro não se estragou e que ele, perdoava o menino pelo ocorrido.
O
menino diz:
- Pai, se já estou perdoado, quando irá nascer
meus novos dedinhos?
Algumas vezes machucamos pessoas que amamos, e ficam as
cicatrizes que algumas vezes poderão não ser saradas.
Por isso é sempre bom lembrarmos as palavras de Jesus: “O
homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, do seu mau
tesouro tira o mal; pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca”
(Lucas 6. 45); “Respondeu-lhe ele: Por que me perguntas sobre o que é bom? Um
só é bom; mas se é que queres entrar na vida, guarda os mandamentos” (Mateus
19. 17).
Mensagem
pregada na Comunidade Presbiteriana Betânia, numa reunião de oração, no dia 06
de julho de 2004.