Às
vezes a vida parece nos pregar uma peça.
São
momentos que não esperamos. Momentos em que parece que todos os nossos sonhos
se desmoronaram. Momentos em que vivemos em cavernas sem que ninguém perceba.
Momentos em que os sorrisos vão junto com a dor...
Dor
no coração... Dor na alma...
Um
coração que chora e sangra.
Mas
parece ser assim que se forja o caráter de um homem. No texto de Ângela Morga
ela escreve:
Se a Natureza quer
fazer um Homem
E eletrizar o coração
de um Homem,
E adestrar à força
quer, um Homem,
Se a Natureza quer
treinar um Homem
Para cumprir urna
genial missão;
E quando quer, de todo
o coração,
Criar um Homem tão
ousado e grande
Que a sua fama ao
mundo inteiro mande
- Observai os seus
métodos e caminhos!
Como coroa sempre com
espinhos
Aquele com quem ela
simpatiza;
Como o desbasta e como
o martiriza,
E a poderosos golpes o
converte
Num esboço de argila
que diverte
Somente a Natureza que
o compreende
- Enquanto o torturado
coração
Aos céus levanta a
suplicante mão!
Somos abatidos sem jamais quebrar, somos
derretidos sem sermos deixados em paz, e somos convidados a apresentar a nossa
luz ao mundo com a arte que nos induz: “pois o Senhor corrige ao que ama, e
açoita a todo o que recebe por filho” (Hebreus 12. 6).
Nas
mãos de Deus somos como águias aprendendo o propósito de sua vida:
A águia empurrou
gentilmente seus filhotes para a beirada do ninho. Seu coração se acelerou com
emoções conflitantes, ao mesmo tempo em que sentiu a resistência dos filhotes a
seus insistentes cutucões.
“Porque a emoção de
voar tem que começar com o medo de cair?” – pensou ela.
O ninho estava
colocado bem no alto de um pico rochoso. Abaixo, somente o abismo e o ar para
sustentar as asas dos filhotes.
“E se justamente agora
isto não funcionar?” – ela pensou.
Apesar do medo, a
águia sabia que aquele era o momento. Sua missão estava prestes a se completar,
restava ainda uma tarefa final: o empurrão.
A águia encheu-se de
coragem.
Enquanto os filhotes
não descobrirem suas asas não haverá propósito para a sua vida.
Enquanto eles não
aprenderem a voar não compreenderão o privilégio que é nascer águia. O empurrão
era o menor presente que ela podia oferecer-lhes. Era seu supremo ato de amor.
Então, um a um, ela os
precipitou para o abismo. E eles voaram!
(Desconheço a autor).
“Como
a águia ensina os filhotes a voar e com as asas estendidas os pega quando estão
caindo, assim o Senhor Deus cuida do seu povo” (Deuteronômio 32. 11 - BLH).
Às
vezes as circunstâncias são os meios que Deus utiliza para nos empurrar para o
abismo. Pois serão essas circunstâncias que nos farão descobrir que temos “asas
para voar”.
Através das
circunstâncias aprenderemos o privilégio de sermos filhos de Deus e compreenderemos
a imensidão do seu supremo ato de amor.