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A Impunidade e a Disciplina na Igreja: Uma Reflexão com Base em 1 Coríntios 5:1-13

  A palavra “impunidade” tem se tornado cada vez mais comum em nosso vocabulário, especialmente em tempos onde a violência e o desrespeito às leis parecem estar em ascensão. O Oxford define impunidade como “falta de punição, de castigo”, enquanto o Caldas Aulete complementa ao descrever como “o não cumprimento de uma pena por alguém que cometeu um delito. Estado de tolerância ao crime”. Em um contexto espiritual, a impunidade é igualmente grave e pode ser vista como um desprezo pelas diretrizes divinas de respeito, amor ao próximo e reverência a Deus. O profeta Oséias já alertava sobre isso em Oséias 4:1-2, onde descreve como a desobediência a Deus resulta em uma sociedade desprovida de verdade, amor e conhecimento do Senhor. A impunidade, como consequênciado pecado, não é novidade . Desde os primórdios da humanidade, vemos exemplos de pessoas que, mesmo não enfrentando consequências imediatas por seus atos, não escaparam do julgamento divino. O Salmo 34:16 lembra-nos de que “o ro...

A Visita Relutante


Acompanhei a enfermeira corredor abaixo, mas sentia-me meio desanimada. Era uma tarde quente e úmida, o ar cheirava a remédio. De repente, tive vontade de não ter ido até ali. Uma hora antes, tinha-me convencido de que precisava trabalhar mais para o Senhor. Telefonara para o asilo de velhos, para saber se havia alguém ali que nunca recebia visitas.

Agora entrávamos em um quarto, e a enfermeira disse com voz alegre:

- Agnes, trouxe uma visita para você.

Deitada no leito, estava a velhinha mais feiosa que eu já vira. Seu rosto era muito enrugado, a pele amarelada, e quando falou, notei que só tinha dois dentes de resto.

- Você é do Serviço Social? Indagou.

- Não. Só vim fazer-lhe uma visita.
- Mas você não me conhece.

- Agora já conheço. Meu nome é Linda. Como está passando hoje?

- Não estou muito bem.

- Então fique bem quietinha aí, que vou ler para você.

- O que você vai ler?

- A Bíblia.

- Ué, já é Natal?

- Não, por quê?

- Porque no Natal sempre vêm pessoas aqui que leem a Bíblia para mim. Depois vão embora e dizem que voltarão qualquer dia, mas nunca mais voltam. Pensei que você fosse uma dessas pessoas da igreja.

Então pus-me a ler a Bíblia, e ela pareceu gostar muito da atenção que lhe dei. Resolvi, não sem certa relutância, que iria esforçar-me para voltar ali.

Da outra vez, trouxe-lhe alguns bombons. Gostou demais, apesar dos dois dentes. Nas outras visitas que fiz, levei-lhe flores de meu jardim, cartões que meus filhos confeccionavam para ela e um laço de fita para o cabelo. Às vezes dava uma passada rápida, para um breve bate-papo. Aos poucos, Agnes começou a interessar-se pela minha família. Então levei meu marido e os três filhos adolescentes para visitá-la. E continuei a ler a Bíblia para ela, poucos versos de cada vez.

Quando fiquei sabendo que estava para morrer, procurei passar mais tempo em sua companhia.

Certo dia, estava lendo o capítulo quatorze de João: “Na casa de meu há muitas moradas... Vou preparar-vos lugar...” Quando ergui o rosto, vi que seus olhos estavam fechados, então comecei a afastar-me na ponta dos pés.

- Espere! Disse ela. Volte aqui.

- Estou aqui, Agnes. O que é?

- Linda, falou ela, será que Jesus está mesmo preparando um lugar para mim no céu?

- Se você crer nele, Agnes, está. E você crê, não crê?

- Agora, creio. E sei que ele me ama. Você e sua família me mostraram isso.

Peguei na mão dela e dei-lhe um leve aperto.

- Como assim, Agnes? Como foi que mostramos?

- Você voltou, respondeu simplesmente, e caiu no sono.
  
Linda Schiwitz

História verídica extraída do livro:
Conte Comigo.


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