Como prometi no mês passado, hoje estaremos
falando sobre o que está envolvido na encarnação de Jesus Cristo.
Antes, porém precisamos nos ater a um fato
importantíssimo. É a questão da preexistência de Cristo. Pois ela está
envolvida em sua encarnação.
Vejamos o que nos diz as Escrituras sobre
este fato: “No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era
Deus” (João 1.1); “Eu lhes estou dizendo o que vi na presença do Pai, e vocês
fazem o que ouviram do pai de vocês" (João 8.38); “Disse-lhes Jesus:
"Se Deus fosse o Pai de vocês, vocês me amariam, pois eu vim de Deus e
agora estou aqui. Eu não vim por mim mesmo, mas ele me enviou”” (João 8.42); “Respondeu
Jesus: "Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!”" (João 8.58);
“E agora, Pai, glorifica-me junto a ti, com a glória que eu tinha contigo antes
que o mundo existisse” (João 17.5); “que, embora sendo Deus, não considerou que
o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se” (Filipenses 2.6).
Qual é a importância de falar sobre isso?
A importância está em que nosso assunto baseia-se
nos textos já apresentados e na pergunta de número 27 do Breve Catecismo de Westminster: “Em que consistiu a humilhação de Cristo?”.
A resposta a esta pergunta é: “A humilhação
de Cristo consistiu em Ele nascer, e isso em condição baixa, feito sujeito à
lei; em sofrer as misérias desta vida, a ira de Deus e amaldiçoada morte na
cruz; em ser sepultado, e permanecer debaixo do poder da morte durante certo
tempo.”.
Existia um ensinamento herético primitivo que
ensinava sobre a identidade de Jesus Cristo. Estes ensinos se baseavam no
pensamento de Ário, que tinha como principal característica afirmar que em
virtude de Deus ser um, Jesus não podia ser verdadeiramente Deus. Esse
ensinamento se tornou conhecido como arianismo. Ário e seus seguidores, para
lidar com os testemunhos das Escrituras, propuseram que Jesus era o mais
elevado dos seres criados por Deus. Este ensino foi condenado como herético, em
325 d.C., no Primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia.
Se cristo fosse o mais elevado ser criado, ou
apenas o mais elevado produto da evolução, sua preexistência desapareceria.
Os arianos criam na existência de Cristo,
porém não na sua divindade. Para eles Cristo era um ser inferior a Deus e
superior ao homem.
Um aspecto da encarnação é que ela envolve a
humilhação de Cristo: “que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a
Deus era algo a que devia apegar-se” (Filipenses 2.6).
Outro aspecto é a fé da Igreja sobre o
nascimento virginal. Este é o mais antigo credo romano, datado de 100-150 d.C.
Ele é chamado de Credo dos Apóstolos, e diz o seguinte: “Concebido por obra do
Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria”. Por mais de 1.500 anos esta foi a
tradição da Igreja.
Houve negações a esta crença mas, deixarei
esta parte para o próximo mês, quando mostremos as bases da negação e as provas
do nascimento virginal. Por agora atemo-nos apenas aos aspectos da encarnação.
Vimos até agora que o aspecto da encarnação
envolve: 1) Cristo é o Messias que havia de vir; 2) Sua preexistência; 3) Sua
humilhação; 4) Seu nascimento virginal.
Agora veremos que Sua encarnação envolve
também o aspecto de Sua exaltação. Que é a pergunta 28 do catecismo: “Em que
consiste a exaltação de Cristo?” – A resposta é: “A exaltação de Cristo
consiste em Ele ressurgir dos mortos no terceiro dia; em subir ao Céu e estar
sentado à mão direita de Deus Pai, e em vir para julgar o mundo no último dia.”.
Este ensinamento nos apresenta os seguintes
pontos: Sua ressurreição; Sua ascensão; Sua permanência à mão direita de Deus; e
Sua vinda para julgar o mundo no último dia.
Por último, a encarnação tem relação com a
morte expiatória de Cristo. Cabe aqui uma pergunta: “Teria havido encarnação se
não houvesse pecado”?
Esta questão pode ser resolvida observando as
Escrituras, fonte de nosso conhecimento sobre o assunto: “Pois o Filho do homem
veio buscar e salvar o que estava perdido" (Lucas 19.10). Este é o
objetivo e o propósito do seu advento.
Outros textos que confirmam este proposto: “Mas,
quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,
nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que
recebêssemos a adoção de filhos” (Gálatas 4.4,5); “Esta afirmação é fiel e
digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores,
dos quais eu sou o pior” (1 Timóteo 1.15).
Estes são os aspectos envolvidos na encarnação
de Jesus Cristo. Sempre houve e sempre haverá aqueles que negam esses aspectos.
Como foi o caso de Ário. Ainda hoje, existem aqueles que pensam da mesma forma
que ele.
Espero que tenha ajudado você um pouco mais
em seu conhecimento da Teologia.
Até o próximo encontro.
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