Chegamos a quinta e última parte sobre a Doutrina da Eleição. Certamente este post não
tem como finalidade por um ponto final no assunto. Mas, simplesmente embutir no
leitor o desejo de estudar e se apresentar “como um obreiro aprovado que não
tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2 Timóteo
2.15).
Hoje estaremos mostrando as provas tiradas
das Escrituras que aprovam a Doutrina Calvinista, como também, algumas objeções
a esta doutrina.
Se as Instituições que ensinam a Teologia se propusessem
a apresentar as doutrinas, mostrando seus pontos fortes e fracos, creio
teríamos mais pensadores cristãos do que meros imitadores robotizados,
ensinando nas igrejas. O que consequentemente fariam surgir crentes mais
maduros e comprometidos com a verdade.
Bem, vamos iniciar nosso assunto de hoje.
No mês passado vimos que no cerne do
pensamento de Calvino, está a Soberania de Deus, como se pode constatar na sua
obra As Institutas da Religião Cristã. Portanto, o calvinismo tornou-se o
desenvolvimento histórico com base nas Institutas.
Mas, o que nas Escrituras provam a Doutrina Calvinista? Veremos isso por etapas.
Prova 1 – Nas Escrituras encontramos textos
que falam de uma eleição feita por Deus. Se aceitarmos que a linguagem das
escrituras tem algum sentido, isso deve significar que Deus escolhe o indivíduo
para a salvação. Portanto, qualquer doutrina que substitua a escolha de Deus
por uma que faça parecer que o homem possa eleger-se a si mesmo, não está de
acordo com os ensinos das Escrituras.
Prova 2 – A eleição de Deus envolve todos os
antecedentes da salvação do homem, sem as quais o homem jamais poderia fazer
qualquer escolha. Nenhum homem jamais teve a oportunidade de escolher onde nascer,
quem seriam seus pais, como seria ensinado, se o Evangelho chegaria até seus
ouvidos ou se permaneceria ignorante ao seu chamado.
Tudo isso, faz parte do plano de salvação
do homem, e depende exclusiva e absolutamente de Deus.
Prova 3 – Se em última análise, a salvação
depende dele mesmo e não de Deus, há a possibilidade de que nenhum homem venha
ser salvo, e assim Jesus teria sofrido e morrido em vão.
Prova 4 – Se os infantes, os imbecis, os incapazes,
os pagãos são realmente salvos, só o podem ser pela eleição direta e soberana
de Deus.
Prova 5 – Se a iniciativa da salvação é de Deus;
e se a convicção, a persuasão e a habilitação do pecador são obra do Espírito
Santo, então é evidente que a eleição é que determina tudo isso.
Prova 6 – A Doutrina é tirada das Escrituras.
Textos como Efésios 1.5; Efésios 1.11; 2 Timóteo 1.9; Romanos 1.11,12; Romanos
9.15; Romanos 9.21; Romanos 11.5,6; atestam este fato.
Prova 7 – O arrependimento, a fé, e as obras
são o resultado do decreto e não a causa. Conforme os textos: Efésios 1.4; 1
Pedro 1.2; Filipenses 2.13; Efésios 2.8; 2 Tessalonicenses 2.13; Romanos 8.29;
Atos 13.48.
Observando estas provas chegamos a conclusão
de que a eleição soberana de Deus é a teoria que oferece maior esperança, do
que qualquer outra teoria sobre a eleição. Pois se a escolha se baseia na
perversa, rebelde e depravada vontade humana, quão poucos se salvarão.
Vimos algumas provas acerta do Calvinismo.
Agora veremos algumas objeções acerca da doutrina e as respostas a essas objeções.
Objeção 1 – É incompatível com o
livre-arbítrio. Resposta: O homem que é convencido e persuadido pela Palavra de Deus e pelo Espírito Santo a confessar o seu pecado, e abraçar a salvação é tão
livre quanto um homem a quem persuadimos a dar um passeio. E o homem que
resisti à chamada de Deus, escolhendo seguir o seu próprio caminho de
destruição e perdição não pode se queixar de não se um agente livre. Pois ele
mesmo é quem escolheu o seu caminho e o seguiu.
Exemplo disso parece ser o caso de Saulo de
Tarso. Deus interveio na sua rebelião e oposição a Deus. Deus o chama e o
regenera. Apesar disso Saulo ainda era um agente livre em cada ato de sua vida.
Ele era um agente livre em sua rebelião, e foi um agente livre na sua obediência.
Mas na sua regeneração ele não foi agente em nada.
Objeção 2 – Apresenta Deus como parcial em
sua maneira de tratar os homens. Resposta: Na realidade, Deus não trata a todos
no mesmo pé de igualdade. Alguns nascem e vivem em terras pagãs, outros em
ambiente cristão. Deus escolheu Israel para ser o seu povo e deixou os demais
na ignorância do verdadeiro Deus.
A parábola dos semeadores na vinha mostra que
Deus é sobreano na dispensação de seus dons: “Ou não me é lícito fazer o que
quiser do que é meu?” (Mateus 20.15).
Objeção 3 – É injusta para com os não eleitos
– Resposta: A estrita justiça condenaria a todos. Deus não tem obrigação de
salvar ninguém. Toda salvação é pura misericórdia; toda condenação é simples
justiça.
Para melhor compreensão: Um governador ao
perdoar um criminoso na penitenciaria não está obrigado a perdoar a todos.
Quando ele perdoa a um, não faz nenhuma injustiça ao resto.
Se os perdidos persistem em seu próprio
caminho e alcançam o fim que escolheram, como podem queixar de injustiça?
Existem outras objeções? Certamente. Mas, não
vou me deter aqui a escrever. Como eu disse anteriormente. Meu desejo é
fomentar no leitor o desejo de buscar, de estudar e não viver essa vida medíocre
que vemos hoje nas igrejas. Crentes preocupados com a vida de prosperidade que
podem receber ao se filiarem a uma determinada igreja.
“alegrai-vos antes por estarem os vossos
nomes escritos nos céus” (Lucas 10.20). Essa é a grande alegria de Jesus no
Espírito.
O calvinismo nos ensina a ser humildes diante
de Deus, gratos por algo que Deus resolveu nos dar mesmo sem merecermos.
Creio que foi de grande valor para você
acompanhar esses cinco posts acerca
da Eleição. Deus o abençoe.
Até o próximo mês.
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