No mês passado terminei a postagem sobre este
assunto dizendo que uma observação cuidadosa das passagens citadas nos textos
apresentados, revelará que as escrituras ensinam que a eleição é pessoal, e que
não se pode atribuir nenhuma outra interpretação aos textos que contêm essa
doutrina.
E disse que estaríamos apresentando este mês,
as várias teorias sobre a base da eleição.
Primeiramente é preciso dizer que falar da
Eleição é falar de Predestinação. E talvez este seja o assunto mais difícil da
Teologia Cristã. Portanto, não pense que esgotarei aqui tudo sobre essa
doutrina, no máximo, teremos mais um ou dois posts para os meses seguintes e
só. Pois esta é uma doutrina ramificada da doutrina dos Decretos de Deus e,
está relacionada com todas as outras grandes doutrinas da Revelação de Deus.
Doutrinas fundamentais para o fundamento da fé.
A doutrina da Eleição torna-se difícil quando
tentamos harmonizar a soberania de Deus em escolher pessoas, com a livre
vontade e responsabilidade do homem, em aceitar ou rejeitar seus apelos e
convites.
Mas devemos nos lembrar de que nossa mente
finita não pode entender as coisas eternas de Deus. Que nossos pensamentos não
são os Dele, e que Ele não pensa como nós.
Basta de simplismo idiotizado como eu ouvi
uma vez de uma esposa de pastor, e até mesmo de pastores, em dizer que essa
doutrina é do diabo. Se assim fosse, teríamos que dizer que o apóstolo Paulo
era um endemoniado, já que ele falava tanto sobre isso. Se você não sabe sobre
o assunto fique calado e vá estudar sobre o assunto. Diga aos seus fiéis que
você é ignorante sobre o assunto, ao invés de esconder essa doutrina da igreja.
Mas vamos ao que interessa.
A doutrina da eleição é comum a toda a
cristandade. E todas as igrejas evangélicas a mantêm. Diferenciam-se quando ao
seu significado o que veremos a seguir.
Primeiramente, temos a doutrina da Eleição
Condicional. Ela ensina que a eleição é inteiramente condicional. Tendo como
condição a fé e uma vida de santidade.
Baseado nisso, o decreto de Deus determina
salvar o crente e condenar o descrente. O justo é recompensado e o mau é
punido, além deste ponto o decreto não pode se estender.
Nesse ensinamento a condição do decreto é
satisfeita pela vontade indeterminada do homem.
Porém uma fraqueza dessa teoria é que, se
alguma coisa é indeterminada, ela não pode ser prevista. Dessa forma Deus não
teria conhecimento de quem são os eleitos.
Portanto, uma eleição condicional não
corresponde com o ensino das Escrituras sobre o assunto. Pois, se a eleição é
para a fé e para as boas obras, elas não podem ser a condição da eleição.
Textos que comprovam isso:
Atos 13.48: “E creram todos quantos estavam
ordenados para a vida eterna”.
João 15.16: “Eu vos escolhi a vós, e vos
escolhi para que vades e deis frutos”.
Efésios 2.10: “Eleitos... para a obediência”.
No passado, os socinianos, seguidores de
Fausto Socino, falecido na Polônia, em 1604, foram bastante francos em admitir
que Deus não pode saber dantemão, as ações incertas dos homens. Enquanto que,
os armenianos foram menos coerentes ao fugirem de tal conclusão.
Em segundo, temos a doutrina do Objetivo
Limitado. Esta teoria não está preocupada com a base do decreto eletivo e sim
da sua extensão, ou seja, seu ponto final.
Podemos dizer que nesta doutrina cabem todos
os sistemas que negam a eleição para a salvação. Seus seguidores afirmam que
não há predestinação ou eleição particular, mas apenas geral. Ou seja, o
decreto divino limita à predestinação de certas nações, comunidades e gerações.
Basta por estas teorias ao lado das passagens
da Palavra de Deus, que ensinam a doutrina da eleição e logo veremos os erros e
os defeitos dessa doutrina. Pois a linguagem das escrituras mostra que a eleição
é pessoal e que os homens são eleitos para a fé e santidade.
Vejamos alguns textos que provam que a
eleição é pessoal:
Filipenses 4.3: “Cujos nomes estão no livro
da vida”.
Hebreus 12. 23: “Estão inscritos nos céus”.
1 Tessalonicenses: “Sabendo, amados irmãos, que
a vossa eleição é de Deus”.
No próximo mês faremos um pouco mais sobre o
armenianismo e a Doutrina Luterana.
Até lá.