O tema central da carta de Paulo aos Efésios
é o propósito eterno de Deus. Ele deixa bem claro que Jesus Cristo é a cabeça
da Igreja, e que a Igreja é formada a partir de muitas nações e raças.
Isso, por conseguinte isso fez com que o
Cristianismo se aculturasse. E as pessoas que vão se achegando a ele, trazem
resíduos de suas religiões, que podem ser as magias, as superstições, suas
formas de paganismo e seus costumes.
Muitas igrejas não admitem o uso da razão,
mas somente a fé; não admitem o estudo, mas somente a inspiração divina. E por
isso ficam expostas a esses aspectos que vão sendo acrescentados. Formando a
religiosidade popular, com suas crenças e teologias que são muito diferentes da
teologia oficial.
Isso acontece principalmente nas camadas mais
pobres, onde muitas igrejas incentivam o sacerdócio leigo, onde o que importa
não é a instrução, mas a experiência religiosa, a obediência ao líder, que não
pode ser contrariado, e o crescimento do grupo.
Mas o Evangelho nos mostra que a religião
internalizada pede uma participação consciente e deliberada, ou seja, analisada
pelo fiel. É isso o que Paulo ensina aos romanos ao escrever: “Rogo-vos, pois,
irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”
(Romanos 12. 1).
Quem acha que essas coisas trazem prejuízo à
fé, precisa rever seus conceitos. Pois no grego, “logikên latreian”, ou seja, “culto
racional”, também pode ser entendido como “culto lógico”.
A preocupação de Paulo é mostrar aos crentes
em Roma a necessidade de realmente entender a natureza de sua fé.
Ao contrário do que vemos hoje, muitos indo
aos cultos para sentir a presença de Deus, Paulo está mais interessado em que
os crentes se questionem a respeito de sua fé e encontrem respostas racionais
para seus questionamentos. Questionamentos como: Por que estou aqui? Quem me
trouxe aqui? O que vim fazer aqui? O que estão me ensinando é verdade?
O contrário do racional é o irracional. E é
isso que tem acontecido na maioria das igrejas hoje. E em cultos assim é
impossível seguir o que está escrito. E para que se entenda o que está escrito
é preciso racionalidade: “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem” (1
Coríntios 14. 40).
Para que o Espírito Santo possa agir é
preciso equilíbrio. E o que encontramos atualmente é um grande descontrole
emocional.
Preocupado com questões assim, em que o diabo
tem grande oportunidade de agir, Paulo orienta aos crentes de Éfeso que calcem
os pés com a “preparação do evangelho da paz” (Efésios 6. 15). Ou seja, ter a
mente preparada com a preparação produzida pelo Evangelho.
Somente o Evangelho pode nos preparar para o
combate espiritual.
Na época de Paulo, os soldados romanos
corriam descalços no campo de luta. Mas havia ocasiões em que o guerreiro
corria calçado, com sandálias nos pés. Era quando o inimigo colocava objetos
pontiagudos no solo. As sandálias eram usadas para que o soldado não se
ferisse.
A lição que podemos tirar disso é que assim
como as sandálias protegiam os pés dos soldados, da mesma forma uma mente
preparada pelo Evangelho nos protegerá.
A proposta do Evangelho é vida e paz (Romanos
14. 17). Mas, muita coisa que não é Evangelho tem entrado na igreja sem que
percebêssemos.
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