Além das lendas mais populares sobre a Árvore
de Natal, há origens bem mais importantes para nós, cristãos, bem menos
conhecidas.
Sua origem está nos costumes da “Arvore do
Paraíso”, usada em bares e igrejas na época do Natal, na Europa do século XI.
Era a representação da “Árvore da Vida” plantada no meio do Éden, no começo dos
tempos (Genesis 2. 9) e encontrada no centro da Nova Jerusalém, na consumação
dos séculos (Apocalipse 22. 2).
A ideia da Árvore de Natal como “Arvore da
Vida” associa-se ainda à “Árvore da Cruz” (1 Pedro 2. 24). É a ideia do madeiro
(ou como no grego “Tronco”), sobre o qual “Cristo levou os nossos pecados no seu
corpo”. Nesse caso, a árvore que celebra o nascimento, com seu tronco aponta já
o calvário, à cruz, razão maior da vinda daquela criança tão especial.
Outro conceito importante é o da “Árvore
Cósmica”, da igreja primitiva. Por ser cósmica a dimensão da morte no calvário,
a cruz era tida como a “Árvore Cósmica”, estendendo-se das profundezas da terra
até os mais altos céus. Tratava-se, pois, de uma forma de exprimir o sentido
cósmico (universal) da crucificação no seu efeito de redimir toda a criação do
poder do pecado e da morte, restaurando-a a sua relação original com Deus. Vem
a ser, assim, a “Árvore da Salvação”.
A Árvore de Natal guarda ainda a semelhança
com a “Árvore da Luz” do judaísmo. No Antigo Testamento, a “Árvore da Vida” era
representada pela amendoeira, na brancura de suas flores, em pleno inverno,
prenuncia a chegada da Primavera. Segundo o modelo da amendoeira, Deus instruiu
Moises quanto à feitura do castiçal de sete lâmpadas para o Tabernáculo, o
Menorah (Êxodo 25. 31-40). Assim, no Menorah o simbolismo da “Árvore da Luz” e
o da “Árvore da Vida” se corresponde.
Não é difícil concluir que podemos recuperar
sentidos mais profundos para a Árvore de Natal, em nossos lares e igrejas do
que os símbolos pagãos aos quais costuma ser associada. Há uma riqueza de ideias
que nos lembram que no coração do Natal estão a Cruz e a Ressurreição.
Se Jesus apenas tivesse nascido e morrido,
ele teria nascimento e morte similares a todos os líderes religiosos de todos
os tempos, anteriores ou posteriores a ele. O enorme diferencial é exatamente a
ressurreição. O Natal, portanto, aponta para a cruz, antevê a cruz, considera a
cruz. A Árvore de Natal nos revela o tronco, antecipa o madeiro; materializa a
cruz.
Texto de: Parcival Módulo.