"Não temas, ó bichinho de Jacó, nem vós, povozinho de
Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu redentor é o Santo de Israel." (Isaias
41.14)
Quando lemos esse texto do profeta Isaías, percebemos que o
tema do livro de Isaías tem haver com a ira de Deus resultando na condenação e tribulação
de Israel; a graça de Deus resultando na sua salvação e exaltação.
Por isso fala do estrondo da ira divina contra o apóstata Israel e contra as nações idólatras
que o rodeiam. Isaias então profetiza sobre: o cativeiro de Babilônia; as
tribulações e os julgamentos dos últimos dias.
Mas isso não para por aqui, pois, Isaías profetiza ainda um
consolo para Israel. Ele fala sobre: o regresso de Israel do cativeiro
babilônico; a sua restauração e a reunião na Palestina nos últimos dias.
Isaías fala que a ira divina é devido à apostasia de Israel.
Apostasia tão grande que poderia ter tido o mesmo fim de Sodoma e Gomorra. (Isaias
1.9).
Israel é o povo que foi escolhido para ser chamado de filho
de Deus e engrandecido entre as nações (Isaias 1.2). Mas, agora se revolta
contra Deus. Diz o Senhor através do profeta: "O boi conhece o seu
possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem
conhecimento, o meu povo não entende"
(Isaias 1.3).
Israel não demonstra nem sequer o sentimento de gratidão e
posse que o boi ou um jumento tem. E então começa a aparecer as marcas do
pecado: Israel começa a errar o alvo que o Senhor lhe havia proposto (Isaias1.4);
a perversão começa a dobrar os seus ideais, a torcer os seus valores; começa a
aderir costumes que lhes são prejudiciais; as suas atitudes apodreceram, e
abandonaram o Senhor.
Isaías então mostra uma imagem de alguém que foi como que
chicoteada: "Por que seríeis
ainda castigados, que persistis na rebeldia? Toda a cabeça está enferma e todo
o coração fraco. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã; há só
feridas, contusões e chagas vivas; não foram espremidas, nem atadas, nem
amolecidas com óleo." (Isaias 1. 5,6).
Até a religiosidade do povo se tornou algo abominável diante
de Deus: "Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim
abominação. As luas novas, os sábados, e a convocação de assembleias... não
posso suportar a iniquidade e o ajuntamento solene! As vossas luas novas, e as
vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado
de as sofrer" (Isaias 1.13,14).
Observe uma coisa muito importante, os sacrifícios (Isaias 1.11),
as festas religiosas (Isaias 1.13,14), e as orações (Isaias 1. 15) do povo eram
farsas. Deus não repudiava o seu sistema sacrifical, e sim a hipocrisia do
povo.
Mas a Bíblia nos
ensina que a misericórdia do Senhor dura para sempre (Salmos 136. 1). E que
também é o motivo de não sermos consumidos (Lamentações 3. 22). Por essa razão
há uma consolação para o povo que mesmo rebelde, é o povo que o Senhor escolheu
amar.
No capítulo 40 o Senhor manda Isaías falar de um Libertador
para o cativeiro na Babilônia: "A glória do Senhor se revelará; e toda a
carne juntamente a verá; pois a boca do Senhor o disse" (Isaias
40. 5).
Começa então Isaias a falar do libertador vindouro (Isaias
40.1-11); da grandeza de Jeová (Isaias 40.12-26) e do poder do Senhor em dar
forças aos exaustos (Isaias 40.13-31).
Então em contraste com os sombrios juízos antes proferidos
por Isaías, agora há uma luz nas promessas de restauração a terra e da vinda do
Messias, e bênçãos milenares para Israel. Deus então perdoa os pecados de
Israel (Isaias 40.2). Depois mostra a recompensa de andar sempre junto dEle: "Eis
que o Senhor Deus virá com poder, e o seu braço dominará por ele; eis que o seu
galardão está com ele, e a sua recompensa diante dele. Como pastor ele apascentará o seu rebanho;
entre os seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seu regaço; as
que amamentam, ele as guiará mansamente" (Isaias 40.10). Sua
retribuição de bênçãos para os piedosos e de vingança para os ímpios.
O que podemos aprender com tudo isso?
Aprendemos que como Israel, nós também somos um vermezinho,
isto é, somos fracos, desprezados e pisados pelas nações do mundo, ou seja, os
homens. Aprendemos que quando isso acontece estamos sujeitos então a começar a
errar o alvo que o Senhor nos propõe (Isaias 1.4); aprendemos que a perversão
começa a dobrar os nossos ideais, e a torcer os nossos valores; aprendemos que
começamos a aderir costumes que nos são prejudiciais; aprendemos que as nossas
atitudes apodrecem, e abandonamos o Senhor; e mais uma coisa, aprendemos que a
nossa religião se torna vazia.
Mas da mesma forma que houve uma esperança para Israel
quando Isaias profetizou para eles, para nós também há uma esperança, um Messias
que passou uma calamidade por nossa causa: Ele foi desprezado (Isaias 53. 3,4);
rejeitado; homem de dores e tomou sobre si nossas dores e enfermidades; e
quando descobrimos que estamos em Babilônia, em cativeiro de pecados e clamamos
a Deus, em choro, em oração e não fazemos da religião apenas um formalismo mas
uma realidade a ser vivida, Deus se lembra do povozinho de Israel (Isaias 41. 14).
"Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um
se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de
todos nós." (Isaias 53.6). Aleluia!
Que o Senhor abençoe a todos!
Mensagem de 2001,
baseada no texto de Isaias 41.8-14.