Como temos visto, tendo Adão pecado, isto é,
desobedecido e corrompido a sua natureza, transmitiu à sua posteridade uma
propensão para o mal e logo apareceram os tristes frutos. Pois o primeiro homem
que nasceu nesse mundo assassinou ao segundo, isto Caim matou Abel: “E falou
Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou
Caim contra o seu irmão Abel, e o matou” (Gênesis 4.8). E a raça humana foi-se
degenerando até que culminou na destruição do dilúvio.
Se Adão tivesse resistido à prova, o seu
caráter teria se tornado fixo e imutável como o dos anjos que habitam os céus.
Mesmo com tudo isso tendo sido dito, muitos
ainda perguntam: teria havido queda?
A queda do homem é negada pelos
evolucionistas, panteístas e outros, mas é ensinado na Bíblia, em especial nos capítulos
de 1 a 3 de Gênesis.
Mesmo fazendo uma breve leitura desses capítulos,
nos fica claro que nossos primeiros pais não se conservaram no estado em que
foram criados. Fica claro também que Deus os deixou à liberdade de sua própria
vontade, caíram do estado em que foram criados, pecando contra Deus.
Então aqueles que são contra a queda costumam
apresentar duas dificuldades, usando os seguintes argumentos: Como pode um ser
santo, sentir o desejo de pecar? Como pode um desejo pecaminoso se originar
numa vontade santa? Por que um Deus santo permitiu o pecado?
As duas primeiras perguntas apresentam uma
dificuldade psicológica, pois fala de volição, ou seja, fala de uma ação de
escolher ou decidir. Nossa escolha é determinada pelo desejo e pelo caráter,
portanto a pergunta que está sendo feita é: Como pode um caráter santo ter uma
volição pecaminosa?
A melhor resposta que e pode dar é que a
tentação foi apresentada. Foi despertado o desejo natural de receber alimento e
também o de receber conhecimento. O tentador incitou a ponto de leva-los a
exercer sua livre-agência, ou se preferir, seu livre arbítrio. Acontece que a
escolha que fizeram estava contrária ao seu próprio bem. Portanto o ato em si
não era pecaminoso em si, mas porque fora proibido: “Mas do fruto da árvore que
está no centro do jardim, Deus disse: ‘Dele não comereis, nele não tocareis,
para que não morrais!’” (Gênesis 3.3 - King James Atualizada).
Já a terceira pergunta, aponta para uma
questão moral: Porque um Deus santo permitiu o pecado?
O que podemos fazer são apenas algumas
observações. Como por exemplo: Deus podia ter evitado o pecado? Certamente que
sim. Mas Ele o permitiu por motivos que nos são desconhecidos. A Bíblia não dá
nenhuma explicação sobre isso. Simplesmente nos mostra que Deus fez o homem um
agente livre para escolher por si mesmo. O que nos faz pensar que o pecado deve
ser uma possibilidade, onde a escolha livre do homem é um fato.
Mas apesar disso, Deus controla o pecado para
o bem eventual. O pecado podia ou não ter acontecido; dependia das
circunstâncias. Mas o fato é que o amor de Deus é mais evidente na redenção, do
que o seria se o homem nunca tivesse pecado.
Para concluirmos por agora, depois de tudo
que foi dito, a origem do pecado tem que permanecer um mistério. Deve permanecer
impossível de ser investigado,
compreendido; impenetrável, incompreensível, insondável a sua razão de ser.
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