“Porque está inquieta ó minha alma...” (Salmos
42. 11).
Vivemos numa época em que as pessoas não
conseguem mais viver no silêncio, na causaria, na tranquilidade.
Observamos isso mesmo após a saída da igreja,
após um culto abençoado, uma palavra abençoadora. E no estacionamento,
encontramos irmãos afobados para saírem na frente, impacientes no transito,
fazendo zique-zaque para ultrapassar quem está na frente. Colocando-se em risco
e colocando outras vidas em risco também.
São pessoas que vivem com essa inquietude da
alma. Que se transfere para o corpo, para a mente, e o viver diário se torna
essa constante ansiedade de agredir, mesmo que ela se apresente de forma
inconsciente. E se revele na intolerância no transito.
Outras vezes são pessoas que vivem a
“Síndrome de Vespa”, pessoas que tem a necessidade de ferroar todos aqueles que
estão a sua volta. Como se todos fossem um inimigo em potencial. Sem a
capacidade de falar palavras de benção, de motivação, de carinho, de
reconhecimento, de agradecimento.
Por isso é tão difícil ficar em silêncio.
Pois o silêncio nos obriga a refletir e dessa forma, muita gente evita o
conflito interno gerado pelas questões que surgem quando estamos em silencio,
procurando logo algo para se distrair. Se acostumaram ao barulho e não suportam
ficar sozinhos, não suportam o silêncio. Não suportam olhar para si mesmos.
O silêncio nos obriga a refletir, por essa
questão as pessoas tem pânico do silêncio. Não suportam ficar sozinhos.
Precisam de um reboliso e vivem atrás disso para que possam animar sua alma.
Creio que vale aqui uma palavra: “Por que
estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em
Deus, pois ainda o louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus” (Salmos
42.11).
Pessoas que
vivem nessa síndrome de vespa são como aquele personagem de uma parábola
africana que diz:
O Sapo e o
Escorpião
Certa vez, um escorpião aproximou-se
de um sapo que estava na beira de um rio.
O escorpião vinha fazer um pedido:
"Sapinho, você poderia me
carregar até a outra margem deste rio tão largo?"
O sapo respondeu: "Só se eu
fosse tolo! Você vai me picar, eu vou ficar paralisado e vou afundar."
Disse o escorpião: "Isso é ridículo! Se eu o picasse, ambos
afundaríamos."
Confiando na lógica do escorpião, o sapo concordou e levou o escorpião nas
costas, enquanto nadava para atravessar o rio.
No meio do rio, o escorpião cravou seu ferrão no sapo.
Atingido pelo veneno, e já começando a afundar, o sapo voltou-se para o
escorpião e perguntou: "Por quê? Por quê?"
E o escorpião respondeu: "Por que sou um escorpião e essa é a minha
natureza."
Na teoria de Wilson ele
afirma que “Muitos membros das colônias de formigas, abelhas e vespas estão
prontos a defender seus ninhos com ataques alucinados contra intrusos.”
(Wilson, 1981, p. 151).
Segundo ele, as abelhas
possuem ferrões com ponta em forma de anzol, que engancham na pele do animal
atacado, “... e quando a abelha se afasta o ferrão permanece firmemente
introduzido, arrancando toda a glândula de veneno e boa parte das vísceras com
ela.” A abelha logo morre, mas o veneno continua a ser instilado e o odor
desprendido atrai outras abelhas para atacar o mesmo local.
Talvez a razão
de o silêncio incomodar as pessoas seja o fato de que, é nesse instante que
questões sobre a nossa existência surgem em nossa mente, passamos a pensar
sobre nós, sobre a vida, e muitas outras questões importantes. É nesse momento
que você acaba tendo um encontro consigo mesmo, e a maioria das pessoas evita
esse momento se distraindo de várias formas, e uns dos principais meios de
distração hoje em dia são a televisão e a internet.
Mas o conselho
do salmista para sua própria alma é o seguinte: “Espera em Deus, pois ainda o
louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus” (Salmos 42.11).
As pessoas que contemplam o silêncio se
conhecem melhor e tem a capacidade de resolver melhor qualquer tipo de problema
que possa surgir no seu dia a dia.
São pessoas que descobriram que as coisas não
são fáceis, que não acontecem como mágicas.
São pessoas que tiveram um encontro com a
verdade, e Jesus disse: “Eu Sou a verdade”.
São pessoas que aprenderam a esperar em Deus.
Que não tiveram medo de encarar os
conflitos internos gerados pelas questões que surgem quando estão em silencio, são
pessoas que não procuram algo para se distrair, mas confessam os seus erros
diante daquele que “é fiel e justo para perdoar todos os pecados e nos
purificar de toda injustiça” (1 João 1. 9).
Pessoas que não tiveram medo de orar: “Senhor, tira-me o
poder de ferir, dá-me o poder de curar”.
São pessoas que aprenderam que a liberação do
perdão trás vida não somente para o outro como para si mesmo. Pois o perdão
liberta.
Ao contrario
do veneno instilado pela abelha que arranca toda a glândula de seu veneno e boa
parte de suas vísceras, fazendo-a morrer logo depois: “Há palrador cujas
palavras ferem como espada; porém a língua dos sábios traz saúde” (Provérbios
12. 18).
“As palavras
dos ímpios são emboscadas para derramarem sangue; a boca dos retos, porém, os
livrará” (Provérbios 12. 6).
“Senhor,
tira-me o poder de ferir, dá-me o poder de curar”.
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