A quem devemos, pois agradecer a popularidade
do movimento de “Batalha Espiritual”? A Deus? Penso que seja mais a Esseck Kenyon, Benny Hinn,, Valnice Milhomens entre
outros. Pois declarações de amarrações feitas em fé, usando expressões como:
“eu declaro”, “eu amarro”, não existem na Bíblia.
Os adeptos do movimento dizem tratarem-se os
conceitos da “Batalha Espiritual” uma nova revelação de Deus para a Igreja,
para que ela possa enfrentar os ataques satânicos nos últimos tempos, conforme
declara Peter Wagner em seu livro “Espíritos Territoriais”.
Desde o Pentecostes em Atos 2 começou os
últimos tempos que foram profetizados. Porque essa revelação viria só agora e
para alguns poucos? Isso representa um ataque frontal contra a suficiência das
escrituras. “Ai daquele que acrescentar ou excluir uma só virgula das
Escrituras, pois, está escrito: “Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus
lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro” (Apocalipse 22. 18).
Outro popularizador do movimento foi Frank
Peretti, autor de “Este Mundo Tenebroso”. Através desse livro de ficção, a
ideia de batalha espiritual atingiu o mundo todo.
Nesse livro ele apresenta uma batalha que
acontece nas regiões celestiais entre o bem e o mal. E dependendo do que
acontecer, as estruturas sociopolíticas podem ser demonizadas. Ou seja, ser
invadidas por entidades malignas com o fim de oprimir povos.
Essa ideia é antiga, no século III, surgiu
uma heresia cristã que ficou conhecida como Maniquísmo, pois foi fundada por
Mani. Ele ensina que existe um conflito básico no mundo, entre Deus e Satanás.
Enfatizando que Satanás e seus demônios tem poder igual ao de Deus. O que foi
rejeitado por Orígenes e Agostinho, pois é um ensinamento contrário a Bíblia,
que ensina que Deus é o Senhor absoluto do universo, e que satanás é apenas uma
de suas criaturas. E que está totalmente sob o seu controle.
A impressão que o movimento de “Batalha
Espiritual” passa é que eles creem da mesma forma como pensava Mani. O que
representa um retorno ao paganismo do século III. Pois a cosmo visão apresentada
pelo movimento de “Batalha Espiritual”, assemelha-se mais à do mundo pagão
antigo do que com a cosmo visão da Bíblia.
É obvio que a Bíblia reconhece a existência
de seres malignos e que eles atuam no mundo. Mas não nos apresenta um mundo em
que tudo o que ocorre é explicado por interferência dessas forças.
Esse pensamento dualista esta mais para o
pensamento grego, que foi influenciado por Homero e pelas religiões de mistério
que eram oriundas da Mesopotâmia, da Frígia, do Egito e da Síria. Onde deuses e
demônios infestavam o mundo e o cotidiano. E onde a vida e o destino das
pessoas dependiam de seus relacionamentos com esses seres.
Uma tendência que o movimento de “Batalha
Espiritual” tem produzido é criar uma obsessão doentia por espíritos malignos
nos seus adeptos. Muitos estão fascinados pelo mal. Veem Satanás em qualquer
coisa. Se o carro não pega é o diabo, se tem uma dor de cabeça é o diabo, a luz
acaba na hora do culto é o diabo.
Esse movimento acaba por diminuir a eficácia
de Cristo na vida do crente. Pois eles se esquecem de que podemos tomar
decisões erradas, que podemos ficar doentes, que casamentos podem ser
desfeitos. E tudo isso sem a intervenção de Satanás.
Para terminar, esse movimento não tem nenhuma
base bíblica para sustentar seus ensinos. A maioria deles vem de experiências
como fonte de revelação e conhecimento. Como foi o caso do missionário Frase,
na China.
Tanto Wagner, como Rita Cabezas e Neuza
Itioka não apresentam nenhum texto bíblico que aponte para que o caminho a ser
seguido seja esse. Pelo contrário, citam somente experiências próprias e de
outros que tiveram conversas às vezes prolongadas com o diabo.
Em uma afirmação de Rita Cabezas ela diz que
não é correto basear sua teologia no que demônios dizem, mas ela acrescenta:
“... tenho a impressão de que aquele demônio dizia a verdade...” (Desmascarado,
pagina 216).
Ora, Jesus diz acerca do diabo que: “Quando
mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira” (João 8.
44). Antes Jesus tinha dito que o diabo: “foi homicida desde o princípio e não
se apegou à verdade, pois não há verdade nele”.
Como então dar credita a ele?
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