Post Em Destaque

A Impunidade e a Disciplina na Igreja: Uma Reflexão com Base em 1 Coríntios 5:1-13

  A palavra “impunidade” tem se tornado cada vez mais comum em nosso vocabulário, especialmente em tempos onde a violência e o desrespeito às leis parecem estar em ascensão. O Oxford define impunidade como “falta de punição, de castigo”, enquanto o Caldas Aulete complementa ao descrever como “o não cumprimento de uma pena por alguém que cometeu um delito. Estado de tolerância ao crime”. Em um contexto espiritual, a impunidade é igualmente grave e pode ser vista como um desprezo pelas diretrizes divinas de respeito, amor ao próximo e reverência a Deus. O profeta Oséias já alertava sobre isso em Oséias 4:1-2, onde descreve como a desobediência a Deus resulta em uma sociedade desprovida de verdade, amor e conhecimento do Senhor. A impunidade, como consequênciado pecado, não é novidade . Desde os primórdios da humanidade, vemos exemplos de pessoas que, mesmo não enfrentando consequências imediatas por seus atos, não escaparam do julgamento divino. O Salmo 34:16 lembra-nos de que “o ro...

Aprendendo Sobre a Ética Revelacional

Não há texto mais importante que tenha sido grafado em qualquer língua ou em qualquer lugar do que “Os Dez Mandamentos”. Esse texto se encontra no livro de Êxodo capitulo 20, dos versos 1 ao 17.

Não tem como falar em ética cristã que não seja a ética revelacional, isto é, fundamentada na revelação. Os Dez Mandamentos são muito além do que simples regras de conduta, eles são princípios universais e eternos de vida espiritual.

O Senhor Jesus nos ensinou a interpretação desses mandamentos como sendo o amor que devemos ter a Deus e ao próximo, conforme lemos nos livros de Deuteronômio 6. 5 e  Levítico 19. 18.

O que nos ensina os três primeiros mandamentos?


Primeiramente o texto nos diz: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20. 3) - Isso nos ensina a dedicação única e exclusiva a Deus. Ele é nosso bem supremo, nossa comunhão deve ser com Deus. Esta comunhão deve ser de mente, coração e vontade: “Respondeu Jesus: "Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento”” (Mateus 22. 37).

Esta comunhão é aquela que nos faz agir segundo os ensinamentos do Pai, e viver o amor a Deus ensinado por Jesus. Esta dedicação única e exclusiva a Deus implica um esvaziamento do “eu” e suas pretensões. É preciso que o grão morra para produzir muito fruto (João 12. 24). É preciso perder a vida para encontrar a vida espiritual dependente daquele que tem vida em si mesmo. (Mateus 10. 39; 16. 25, 26; Lucas 17. 33).

Em segundo, o texto nos ensina: “Não farás para ti nenhum ídolo, ne­nhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor, o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e obedecem aos meus mandamentos” (Êxodo 20. 4-6) - Ensina-nos o princípio da correta adoração, o caminho para a comunhão com Deus. Depois da comunhão em amor com Deus, nada é mais importante para o ser humano do que evitar a idolatria, que o afasta de uma genuína comunhão. Idolatria significa colocar algo no lugar que só poderia ser ocupado por Deus, no centro da devoção, nossa atenção, nossa confiança e nosso amor. Jesus chegou a dizer que: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mateus 10:37).

Jesus nos ensina que, muito além de condenar o uso de ídolos de pau e pedra, esse princípio condena as idolatrias da mente e do coração.


Muitas vezes colocamos nossos desejos, sonhos e ambições no lugar de Deus. Colocamos também ideias, pensadores do passado, sistemas doutrinários, e instituições humanas no lugar onde só caberia Deus - lugar da plena confiança e infalibilidade.

A arte religiosa não é um pecado, nem a decoração das igrejas um mal em si, pois o erro está na relação pecaminosa, isto é, idolátrica para com o objeto artístico ou decorativo.

A pior idolatria é aquela que não se vê - a idolatria da mente e do coração.

Por último aprendemos com os três primeiros mandamentos o seguinte: “Não tomarás em vão o nome do Senhor, o teu Deus, pois o Senhor não deixará impune quem tomar o seu nome em vão” (Êxodo 20. 7) – Isso nos ensina o princípio da sinceridade. Não se refere principalmente às vezes que dizemos: "meu Deus!" e outras semelhantes. Entende-lo assim seria coloca-lo como regra e não como princípio.

Ele se refere às vezes que juramos e chamamos Deus como avalista. Jesus explica seu sentido no Sermão do Monte: "Seja, porém, a tua palavra: sim, sim; não, não" (Mateus 5. 37).

Algumas vezes ouvimos: "esta é a vontade de Deus", ou: "Deus quer que façamos isto", para que os outros concordem com as suas opiniões. Essa é a maneira mais contundente de se quebrar o terceiro mandamento.

O amor é para o cristão o princípio de tudo, é absoluto, pois a Palavra nos ensina que "Deus é amor" (1 João 4. 8).

Viver em amor a Deus e ao próximo é ter comunhão com Deus.

 

Esta mensagem foi pregada no dia 10 de janeiro de 2001, no Ponto de Pregação em São Cristovão. Baseada no texto de Êxodo 20. 1-7.