Estamos de volta com os temas de teologia,
como foi no ano anterior. No fim do ano passado terminei essa série fazendo uma
retrospectiva dos temas abordados durante o ano. Em janeiro, fiz uma introdução
falando sobre o propósito da teologia, no tema que chamei de Princípios da Teologia, divididos em duas partes. Hoje irei falar um pouco daquilo que na Teologia
Sistemática, chama-se Antrologia.
A Bíblia diz que o homem foi criado sobre a
terra e que todos procedemos de Adão. E é exatamente isso que trata a
Antrologia, pois ela é a doutrina que fala da origem, natureza, queda e pecado
do homem.
Para começarmos diremos que o homem não é uma
emanação da substância de Deus. Se isso fosse realidade, teríamos que dizer ser
possível Deus tornar-se corrupto. Pois substância é aquilo que são inerentes os
atributos. Se nós fossemos uma emanação da substância de Deus possuiríamos como
Ele, os atributos de onisciência, infinidade, e outros que já dissemos em Atributos e Substância de Deus.
Dizer também que o homem é uma forma de Deus
é uma irrealidade, isso seria panteísmo. O Panteísmo é a crença de que Deus é
tudo e todo mundo e que todo mundo e tudo é Deus. É uma doutrina filosófica
caracterizada por uma extrema aproximação ou identificação total entre Deus e o
universo. Todavia, Deus e o homem são seres distintos e não devem ser
confundidos e nem identificados.
Muitos confundem os textos bíblicos quando se
usa a expressão “vós sois deuses”, como sendo uma afirmação de que o homem é
uma forma de Deus.
Mas os textos onde essas expressões aparecem,
como o Salmo 82.6 e João 10.34, é mais provável que se refira a Deus escolhendo
homens para ocupar cargos de autoridade nos quais seriam considerados como
deuses entre os povos. Pois no hebraico, a palavra que se traduz como “deuses”
é Elohim. É uma palavra geralmente usada para se referir ao único Deus, mas,
que também tem outros usos. Lendo todo o contexto percebemos que Deus está
chamando pessoas para ocuparem posições de autoridade e domínio.
Isso aconteceu com Moises, quando Deus o enviou
até Faraó, Ele disse: "Eis que te tenho posto por deus sobre Faraó, e
Arão, teu irmão, será o teu profeta" (Êxodo 7:1). Isto significa
simplesmente que Moisés, como o mensageiro de Deus, estava comunicando as
palavras de Deus e era, portanto, o representante de Deus para o rei. O que nos
deixa numa posição de humildade, pois essas pessoas devem se lembrar que,
embora estejam representando Deus neste mundo, eles são mortais e eventualmente
vão ter que prestar contas a Deus por como usaram essa autoridade.
Outra questão importante é saber que o homem
não é produto da geração espontânea. Por mais elaboradas que sejam as
experiências e os mais intensos esforços e observações, a ciência desconhece a
geração espontânea, pois todos os esforços foram reduzidos a nada.
Portanto a origem do
homem não se explica pela evolução. A evolução é um processo e um processo nada
origina. A evolução requer materiais com que operar e uma mente guiadora para conduzi-la
a seus próprios fins.
Leia também:
A Origem do Homem - Antropologia - Parte 2.