Tudo isso já aconteceu antes, mas como disse
o sábio: “Nós é que não temos lembrança dessas coisas; e com as gerações
futuras acontecerá o mesmo: não se recordarão do que nós fizemos” (Eclesiastes
1. 11)
Esse tipo de fé histérica pode levar a
doenças mentais como a esquizofrenia, a dissociação da realidade, onde a pessoa
não saber mais o que é real, pode levar a bipolaridade, e aos surtos psicóticos.
A diferença entre o surto e a histeria é que, o surto psicótico ocorre de forma
individual, em pessoas que tem doenças específicas. As pessoas ouvem e enxergam
coisas, mas isso não ocorre de forma coletiva. A histeria coletiva acontece por
sugestão. Pode estar baseado em crenças culturais. Acontece com pessoas mais
suscetíveis, sugestionáveis, que são levadas pelo comportamento de outras a
sentir a mesma coisa. Vai depender da cultura do ambiente.
E aqui está o perigo dessas igrejas que
precisam do transe para dizer que Deus se faz presente. Pois ao observar esses
transes, aqueles que estão assistindo a isso absorvem essas informações e, aos
poucos vão compreendendo o psiquismo cultural do transe e logo em breve estarão
repetindo a mesma coisa. E isso não tem nada a ver com espiritualidade e muito
menos com o Espírito Santo.
Isso é mais uma questão psicológica do que
espiritual, pois o transe serve como uma catarse para o indivíduo. Catarse é um
termo filosófico também utilizado pela psicanálise, com o significado de
limpeza ou purificação. Podemos entender a catarse como sendo a purificação das
almas através da descarga emocional provocada por um drama.
Na Psicanálise, catarse é provocar em outra
pessoa, de forma controlada, o despertar de emoções contidas e omitidas, que
precisam ser despertas e expostas, para a liberação de bloqueios emocionais.
Por exemplo, a perda de um ente querido, pode
levar a um bloqueio de emoções por diversos motivos. Provocar o choro ou a
revolta pela perda deste ente querido é uma espécie de catarse.
No entanto é preciso muito cuidado nisso,
pois a catarse pode detonar uma crise, que deve ser controlada por um
profissional preparado para lidar com tal situação. Dentro de um ambiente instituído
igreja, geralmente não haverá esse profissional, então esse transe, a histeria,
o cair e gritar pode desencadear as doenças mentais que eu já mencionei.
A melhor coisa a fazer é viver uma fé madura
da qual Paulo orienta aos crentes em Roma: “Irmãos, Deus mostrou por nós uma
grande misericórdia. Por isso, peço-lhes que ofereçam a Ele as suas vidas em
sacrifício, isto é, um sacrifício vivo, puro e que lhe seja agradável. Esta é a
maneira espiritual de vocês o adorarem” (Romanos 12. 1). Ou seja, este é o
culto racional de vocês. Pois quanto mais a gente compreende as coisas, mais o
mundo vai se tornando real pra nós, e nossa fé mais firme e saudável.
Leia também:
As Boas Novas de Coisas Velhas – Parte 1.
As Boas Novas de Coisas Velhas – Parte 4.
As Boas Novas de Coisas Velhas – Parte 6.