No século XVIII, mais ou menos em 1750,
surgiu o Racionalismo. Uma filosofia que enfatiza a razão humana e sua
capacidade para responder as questões básicas. Baseava-se na razão, e não na
fé, para criar uma teoria dos seres humanos e seu destino. Voltaire e Thomas
Paine lideraram o movimento.
Nesta filosofia as ideias procedem não da experiência,
mas da própria razão. Portanto é uma doutrina que rejeita qualquer autoridade
além da razão e que, em particular, nega qualquer fundamento à fé religiosa. E
por isso procurou contrapor à crença nos milagres o conhecimento mais
desenvolvido da natureza. Quis substituir a religião sobrenatural pela religião
natural.
O Racionalismo tentou explicar os milagres
atribuindo-os a causas naturais e atribuindo àqueles que os realizaram
conhecimento de física, química, pirotécnicas e outras coisas.
Por exemplo: os milagres no monte Sinai, no
monte Carmelo e a voz que se ouviu por ocasião do batismo de Jesus, eles
atribuem aos trovões e aos relâmpagos, entendendo que esses são suficientes
para explicar o fato acontecido. Já na multiplicação dos pães, eles afirmam que
não foram multiplicados, mas, que o exemplo do jovem induziu outros a oferecer
o que tinham.
O racionalismo radical rejeitou a revelação e
exaltou a razão humana como suficiente para descobrir a Deus e a todos os
deveres humanos. Para essa doutrina a razão é a única autoridade, e a
felicidade, o fim supremo do homem. Tudo isso foi feito com a completa
desconsideração para com a Escritura.
Mas Paulo contradiz esta ideia, ele diz: “O
mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria” (1 Corintios 1. 21).
Mas o que vem a ser Milagres? Como podemos
defini-los? Eles são necessários? São eles para os nossos dias?
Bem, existem muitas definições para o
milagre. Uma delas é de Davi Hume que diz: “Milagres são violação das leis da
natureza”. Para W. G. T. Shedd: “Milagre é um ato extraordinário de Deus”.
O milagre tem dois sentidos: um mais
restrito, que se limita a um ato extraordinário de Deus no mundo exterior. E um
mais amplo, onde inclui resultados espirituais como regeneração, conversão e
santificação.
Os milagres podem ser classificados como
imediatos, que são aqueles onde não aparecem meios, como no caso da criação do
mundo, na ressurreição dos mortos e na ressurreição de Jesus. Existe aqui
apenas a ação de Deus. Os milagres podem ser também mediatos, que são aqueles
em que Deus emprega forças ou usa dos elementos naturais algumas vezes
intensificados além do usual, a fim de alcançar determinado objetivo.
Como exemplos podemos usar o dilúvio, em que
o aluimento da crosta da terra, o rompimento das fontes do grande abismo e a
afluência das águas para os lugares mais baixos produziram esse grande
cataclismo. E também a separação do Mar Vermelho por um forte vento oriental.
Entretanto, mesmo com
o emprego desses meios naturais, não podemos dizer que esses acontecimentos
tornam-se menos milagrosos, pois podemos ver a intervenção de Deus ao dirigir
essas forças para um determinado fim na hora exata.