Tempos dificeis o
nosso... De se viver... De se expressar... De compreender.
Tempo em que se
passa do tempo de se levar à justiça vítimas da violência, da ganância, do
abuso.
Como as vítimas de
estupro na Bósnia, que a quase 20 anos ainda não viram seus casos serem levados à justiça.
Oito mil homens e meninos massacrados e 20 mil mulheres e meninas estupradas em
1995.
Problema que se
repete na África e na Síria. Onde os números são alarmantes: estima-se 200 mil
cassos ocorridos no Congo e 500 mil em Ruanda, no continente Africano. Casos
ocorridos em 1994.
A violência sexual
está à porta! Não é exclusivo da Bósnia, Africa ou Síria.
E o que se encontra
são mulheres com medo. Algumas com medo profundo. Mulheres que estão infectadas
por essa doença que penetra na alma e perturba a paz.
Na Bíblia
encontramos o relato de uma jovenzinha que foi violentada sexualmete:
“Tamar foi a casa
de seu irmão Amnon, que estava deitado. Tomou farinha, amassou-a, preparou os
bolos à vista dele e fritou-os. Depois, tomou a sertã, despejou-a num prato e
pô-lo diante dele; mas Amnon não quis comer e disse: ‘Manda sair toda a gente
daqui.’ E retiraram-se todos. Amnon disse então a Tamar: ‘Traz a comida ao meu
quarto, para que eu a coma da tua mão.’ Tamar tomou os bolos que fizera e
levou-os a seu irmão Amnon, que estava no quarto. Mas quando lhe apresentou o
prato, este segurou-a, dizendo: ‘Vem, deita-te comigo, minha irmã!’ Ela
respondeu: ‘Não, meu irmão, não me violentes, pois isso não é permitido em
Israel. Não cometas semelhante infâmia! Onde
poderia ir eu com a minha vergonha? E tu serás um dos homens mais infames em
Israel! Melhor será que fales ao rei; ele não recusará entregar-me a ti.’
Mas ele não lhe
quis dar ouvidos e, como era mais forte que ela, violentou-a, dormindo com
ela. Logo a seguir, Amnon sentiu por ela uma aversão mais violenta do que o
amor que antes lhe tivera. Disse-lhe Amnon: ‘Levanta-te e vai-te daqui.’” (12
Samuel 13. 8-15).
É difícil
compreender. A maldade está no coração do homem. Mas as vezes Deus permite a
solidão para sabermos que enfim existe a companhia: “Deus faz que o solitário
viva em família” (Salmos 68. 6).
A luta não é só
sua, existem muitos se agrupando para que algo aconteça.
A escritora Cristiane
Cardoso diz em seu escrito:
O dia está feio, o tempo horrível e
dizem que o Sol está brilhando lá fora, mas do que adianta? Ninguém ligou.
Ninguém se importa. Você está sozinha. Só tem você e o seu travesseiro. Para
quê arrumar a cama ou fazer o seu cabelo? Você não tem vontade de falar com
ninguém exceto se desmoronar em algum canto e chorar sozinha. Afinal de contas,
ninguém se importa mesmo.
Nós vivemos em uma era indirefente e
a maioria das pessoas não se importam com as outras. Você espera simpatia mas
sempre fica de fora. Você espera compreenção e tudo o que recebe é indirefença.
É tão fácil se magoar e se deixar levar por isso. Viver todo dia lamentando o
amor que você nunca recebe. Como pode um ser sentimental como você e eu
sobreviver a tanta dor de cabeça?
Não podemos
concordar com o sistema do mundo (Romanos 12. 2). Todavia, não podemos desejar
vingar-nos a nós mesmos: “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à
ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o
Senhor” (Romanos 12. 19). A vingança deve ficar nas mãos de Deus.
O sábio escreveu: “Não
digas: vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor e ele te livrará” (Provérbios
20. 22).
Não é fácil de entender, mas precisamos nos esforçar para compreender
que as vezes Deus permite a tristeza para que nos conscientizemos da existência
da alegria: “... mas a vossa tristeza se converterá em alegria” (João 16. 20).