Se eu lhe
perguntasse qual é a pior doença que existe hoje, o que você me responderia?
Alguns com certeza diriam que é o câncer. Outros que é a malária, a AIDS,
outros ainda dirão que foi a peste bubônica na idade média, que dizimou um
terço da população europeia, algo em torno de 75 milhões de pessoas. Haverá
alguns que dirão que são as doenças neuromusculares, pois a pessoa permanece
até o fim da vida com consciência da progressão de sua doença, e sabendo que
não há cura.
Pois bem, é verdade
que nosso corpo é muito complexo. Que basta uma pequena alteração em nosso DNA
ou mesmo um vírus para que uma terrível doença se manifeste tornando-nos
completamente deformados.
Com certeza aparecerão
também alguns dizendo que as doenças psicológicas são as piores, pois trazem
transtornos os mais diversos que limitam as ações dessas pessoas, levando-as a
manter uma vida de subsistência, muitas vezes impedindo-as de constituir
famílias e levando-as a perda de interesses em relacionamentos amorosos.
E haverá quem diga
que a pior doença é qualquer uma que estejamos sofrendo, pois a saúde é o maior
bem que existe.
Tudo isso é
verdade. Mas nos relatos bíblicos existe uma história interessante para nós
hoje. Está no Evangelho de Marcos 1. 40-45: “E aproximou-se dele um leproso
que, rogando-lhe, e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem
podes limpar-me. E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e
tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo. E, tendo ele dito isto, logo a lepra
desapareceu, e ficou limpo” (Marcos 1 40-42).
Diferentemente do
que fez Mateus e Lucas, esse discípulo de Jesus não apresenta a biografia de
Seu mestre como o fez os outros dois. Ele concentra em apresentar Jesus como o
Rei Salvador. Aquele que venceu demônios, curou enfermidades e ressuscitou
dentre os mortos. Sua ênfase estava nas obras poderosas e miraculosas de
Cristo.
Marcos fala
diretamente a seus leitores. Constantemente ele usa o verbo no presente do
indicativo para dar a impressão de que o relato é de uma testemunha ocular. De
que ele está no local onde o fato está acontecendo. Sua intenção não é apenas
informar os cristãos, mas, transforma-los com o seu relato.
No contexto dos
judeus, os leprosos eram alguém fora do sistema, um impuro, alguém intocável.
Portanto, quando o leproso, o homem desprezado, repudiado pelos demais, o pária,
chegou próximo de Jesus, isso deve ter causado um grande tumulto. Mas Jesus foi
movido de grande compaixão, ele não somente curou como também tocou no homem.
A lepra era a pior
doença nos tempos de Jesus, ela representa o pecado, hoje conhecida como Hanseníase,
ela afeta principalmente a pele, as mucosas e os nervos. Hoje se sabe que é
causada por um bacilo, um micróbio.
Mas nos tempos
bíblicos era uma doença que proibia os leprosos de entrarem nos povoados, e nem
era permitidos a eles tocarem outras pessoas. Portanto sua doença passava do
aspecto físico para o psicológico também, a solidão. Pois sempre que eles se
aproximavam, os habitantes começavam a bradar: “Impuro, impuro”.
O que quero mostrar
com isso? Muitas vezes vemos a necessidade das pessoas, mas não nos sentimos
tocados por ela e muito menos nos envolvemos com ela. Jesus, no entanto tem
grande interesse em ajudar as pessoas.
No primeiro
capitulo do livro de Marcos Jesus é apresentado como uma figura popular, com
resultados positivos nas suas experiências. Já nos capítulos 2 e 3, Marcos
relata a oposição que se levanta contra a missão de Jesus.
Estamos na Páscoa.
Até hoje muitos tem se levantado contra a missão de Jesus. No entanto Ele quer
curar a lepra de sua alma, o pecado que impede o seu espírito de reconhecê-Lo
com o Rei Salvador.
Não são ovos de chocolate que fará sua alegria completa. Nem tão pouco preencher o vazio que há
dentro de você. Mas como Marcos mostra em seu Evangelho, Jesus é quem venceu demônios,
enfermidades e a morte.
As Escrituras não
são relatos apenas para deixa-lo informado, mas são relatos que trazem
transformação para a vida daquele que crer nas suas palavras.
O pecado tem destruído
aos poucos, mas, o arrependimento sincero e a fé em Jesus pode dar jeito a
isso.