Uma das razões
deve-se que o adolescente passa por extremos desequilíbrios e instabilidades.
Isso para o adulto é muito perturbador, mas para o adolescente é necessário,
pois é quando isso ocorre que a personalidade do adolescente é estabelecida.
As perdas para os
adolescentes são fundamentais para o seu amadurecimento, suas crises inclui a
perda do corpo infantil, pois seu papel e sua identidade infantil estão sendo
perdida, o que significa que é hora de começar a encarar e aceitar certas
responsabilidades que para ele ainda são desconhecidas.
Tudo isso deixa o
adolescente instável. Persiste nele o desejo de permanecer criança. Pois perder
o corpo infantil significa perder a proteção dos pais da infância. Isso o
obriga a recorrer a manejos que o ajudem a elaborar melhor todas essas perdas.
E isso normalmente é apresentado através de seus atos, suas ações são a sua
forma de expressão.
Não só o
adolescente está crescendo, se tornando adulto como os pais precisam aceitar o
fato de que a experiência de rejeição que muitas vezes vivem é conseqüência
desse período.
O que atrapalha é o
fato de que neste período, muitos pais por não compreenderem essa rejeição, dão
liberdade em excesso ao adolescente. Isso não é bom, pois na compreensão do
adolescente, ele entende isso como abandono. O que o faz sentir ameaçado com a
perda da dependência infantil.
Para não me
prolongar muito aqui, embora esse seja um assunto muito importante. Quero
reforçar o tema de que Jesus oferece ao homem um sentido de segurança cósmica.
O homem moderno sente-se isolado no mundo. Isso faz com que ele veja o universo
em que vive como essencialmente hostil. Precisa, portanto, de algo que lhe
ofereça segurança.
É função dos pais
oferecerem essa segurança a seus filhos: “E vós, pais, não provoqueis à ira
vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor” (Efésios 6. 4).
Jesus ajuda o homem
a aceitar-se a si mesmo. Ele oferece estabilidade emocional para os tempos de
crises na vida.
A dúvida religiosa
pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais freqüente na adolescência. É o
espírito crítico que ajuda o indivíduo a sair das formas elementares do
pensamento infantil.
Sabemos que a
adolescência, conforme Pratt, tem diante de si quatro tarefas de crucial
importância para a vida, são elas: “Desenvolver plenamente as capacidades e
funções do corpo; Analisar sua herança intelectual e transformá-la em algo
propriamente seu; Adaptar-se à sociedade, da qual agora é realmente parte
integrante e Passar da categoria de “coisas” para a categoria de “pessoa””.
Portanto, é na
adolescência que o homem transforma a experiência religiosa simplesmente aceita
da infância em algo mais pessoal e mais profundo. Aprofundando sua experiência
pessoal, Deus passa a ter um significado mais real em sua vida.