Quando falamos de
experiência religiosa, estamos falando da forma de comportamento de um
indivíduo, e esse comportamento pode ser expresso de várias formas.
Portanto, é a forma como o
indivíduo expressa a sua fé, ou como expressa a sua experiência religiosa.
É muito difícil determinar
se um determinado comportamento pode ser considerado como uma experiência
religiosa ou não. O que se usa normalmente é determinar se tal comportamento,
ato ou atitude, está tendo referência com o sobrenatural.
Por exemplo, uma pessoa
com sentimento de culpa. Ela pode ser considerada como uma experiência
religiosa ou não.
Quando a culpa se torna
algo amargo na alma do indivíduo, mas, isso não o leva ao arrependimento a
ponto de consertar as coisas, essa não se torna uma experiência religiosa.
Somente consideraremos como experiência religiosa ou comportamento religioso se
esse ato ou atitude for feito na presença de Deus. Caso contrário não passa de
um remorso causado pelo erro cometido.
Jesus certa vez comentou
com seus discípulos: “Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto;
pois dos espinheiros não se colhem figos, nem dos abrolhos se vindimam uvas”
(Lucas 6. 44).
Pelas classificações
feitas por Walter H. Clark, entende-se que existem três tipos de cristãos, a
saber:
Primeiramente temos
aqueles que chamamos de primário, são aqueles indivíduos que experimentam uma
profunda experiência interior. Ele procura harmonizar sua vida com o
sobrenatural. Torna-se uma experiência altamente enriquecedora, neste tipo de
experiência a oração é o resultado de um impulso interior. Não uma obrigação a
ser realizada.
Em segundo, encontramos a
experiência que chamamos de secundária, ou seja, é uma experiência formada
simplesmente pela formação de hábitos. Quando o indivíduo ora, ele o faz
simplesmente como resultado de um hábito. É um comportamento que pode ser muito
útil e necessário ao homem. Indivíduos que tenham uma experiência religiosa
altamente criativa pode se utilizar desse recurso.
Em terceiro, Walter H.
Clark classifica a experiência religiosa como terciária. O tipo terciário é
aquele indivíduo que nada tem a ver com uma experiência primária. Sua
experiência é baseada simplesmente numa rotina, que determina seus atos apenas
como mero conformismo ou tradição religiosa.
Alguns anos atrás Stanley
Jones,disse em relação aos estados Unidos que de todas as pessoas que pertencem
às igrejas, apenas cerca de um terço revela o tipo primário, um terço como
sendo do tipo secundário, e o outro terço se constitui de pessoas vazias que
enchem as igrejas.
Quando Jesus diz: “Ou
fazei a árvore boa, e o seu fruto bom; ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau;
porque pelo fruto se conhece a árvore” (Mateus 12. 33). Ele está mostrando que
quando se tem uma experiência religiosa boa, essa experiência envolve ideia de
valores, o indivíduo tem preferência por interesses e necessidades que são
dignas de serem alcançadas. Pois seus esforços e objetivos estão na direção de
um valor supremo e fonte de valores eternos. E esses objetivos se transformam em
uma resposta social. Pois há um confronto do indivíduo com o outro.
Nesse confronto, se
encontra o verdadeiro fruto que a experiência religiosa desse indivíduo
produziu dentro de si.
O apóstolo Paulo diz aos
crentes de Corintos: “Ora, até as coisas inanimadas, que emitem som, seja
flauta, seja cítara, se não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se
toca na flauta ou na cítara?” (1 Coríntios 14. 7).