Apesar de tantos
benefícios para o corpo, para a saúde psicológica e para as relações
interpessoais, como vimos na postagem anterior, muitas pessoas sentem uma
dificuldade fora do comum para perdoar o outro ou ainda para pedir perdão a
quem ela magoou.
Há casos em que a
pessoa precisa passar por cima de princípios básicos e chegar até mesmo a
questionar sua identidade. Nesses casos, muitos profissionais dizem que talvez
seja melhor esquecer a ideia do perdão, pois nestes casos, isso pode fazer
tanto mal quanto não perdoar.
Mas como vimos
anteriormente, viver amargurado, com rancor ou raiva contidos, faz muito mal a
saúde. E evita uma série de transtornos.
Médicos e pessoas
voltadas para o trabalho na área de saúde devem questionar a respeito do estado
emocional do paciente. Pois se uma pessoa conseguir se livrar de um sentimento
negativo, ela irá acelerar em muito a sua recuperação.
Pastores e líderes
espirituais deveriam fazer o mesmo. Pois o homem foi criado com uma substância
material e outra espiritual.
A medicina hoje
reconhece que todas as doenças são influenciáveis pelo psiquismo. Assim os
médicos não tratam apenas o órgão doente, mas o doente visto como uma pessoa
que carrega consigo uma história que deve ser levada em conta. No entanto, há
muitas resistências no âmbito espiritual, em aceitar que uma pessoa que sofra
por causa de seus sentimentos e emoções ou que tenha ansiedades neuróticas,
também precisará de tratamento científico.
Numa entrevista a
Folha, a psicanalista e colunista Anna Verônica Mautner diz: “O perdão
possibilita que as relações interpessoais fluam. Andreas perdoou Suzane porque
quer continuar se relacionando com ela".
Como seres humanos,
precisamos de um processo civilizatório. O homem nasceu não para viver sozinho.
Quando o ser humano aprende a perdoar ele está abrindo recurso psicológico e
social que o ajudará a viver uma vida de boas relações humanas. O perdão o
ajudará a regular essas relações.
É o perdão que
permitirá que um casamento não acabe e que uma amizade tenha continuidade
depois de um conflito.
Dentro de um
ambiente de trabalho há muitas relações conflitantes, se o indivíduo aprende a
perdoar, as relações de trabalho conseguem sobreviver em meio aos
desentendimentos que costumam ocorrer em ambiente profissional.
Mas não podemos
deixar de fora uma questão que considero importante: perdoar não significa
necessariamente que alguém esqueceu a mágoa. Pois quando somos atingidos de
forma muito dolorosa, a dor nunca vai embora da memória. Todavia a pessoa pode
se lembrar daquilo que foi o motivo da sua força e usa-lo para que minimize a
lembrança dolorosa.
Cabe aqui um
versículo bíblico que se encontra em 1 Pedro 5. 7: “lançando sobre ele (Jesus)
toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.”
Leia também:
O Cristianismo e o Rancor - Parte 1 .