Diz-se que aquilo
que você faz é aquilo que você é.
Isso me faz pensar
em uma pergunta: Você é verdadeiramente livre?
A Bíblia diz que: “Se
o Filho vos libertar vocês serão de fato livres” (João 8: 36).
Então preste
atenção, pois quero falar de um assunto importante, pois está relacionado ao
comportamento da Igreja.
Observo que está
cada vez mais difícil a prática de duas palavrinhas que no contexto
psicanalítico é muito importante para que haja o processo terapêutico.
São elas: VÍNCULO e
AFETO.
Vínculo vem da
palavra latina vinculum. Ela tem como
significado: União. Com característica de uma ligadura, uma atadura de
característica duradoura.
Sua raiz esta na
palavra vinco, que alude uma forma de união inseparada, embora delimitada entre
si.
Já o Afeto é uma espécie
de Kit Básico de sobrevivência. Ajuda o ser humano a se adaptar.
Alguns adjetivos
para afeto são: amor, amizade, simpatia, paixão e carinho.
E talvez você
esteja se perguntando: O que tem isso a ver comigo? Que ligação tem isso com a
Igreja?
Essas duas palavras
são duas coisas que nem você e nem a Igreja podem viver sem elas.
Pois se eu Sou
Aquilo Que Faço – “Porque uma árvore é conhecida pelo tipo das frutas que
produz” (Mateus 12:33).
Isso significa que
tanto para minha vida individual como coletiva, meus frutos devem ser bons.
Para que através de mim, de meus frutos, a árvore possa ser conhecida.
Jesus disse: “Eu
sou a videira, e vocês são os ramos. Quem está unido comigo e eu com ele, esse
dá muito fruto porque sem mim vocês não podem fazer nada” (João 15. 5).
A distinção entre
aquilo que sou e aquilo que faço está nas crenças que eu tenho. Naquilo que eu
aprendi, e que consequentemente influenciam o meu agir.
Essa aprendizagem
ocorre na relação que temos com pessoas que estimulam a repetição da palavra
“EU”, associadas a diferentes verbos que indicam ação.
Se creio naquilo
que penso e faço aquilo em que creio, então seria bom que a Igreja começasse a
pensar: Faço Aquilo Que Creio – “Se tiverem amor uns pelos outros, todos
saberão que vocês são meus seguidores” (João 13:35).
É dentro desse
contexto que quero chegar ao falar que esse é um assunto importante para a
Igreja.
Leva um tempo para
sairmos do sistema que aprendemos. Mas, quando achamos a resposta então
encontramos a saída.
A Igreja está
precisando valorizar aquilo que na Psicanálise chama-se de Vínculo do
Reconhecimento.
Reconhecimento: o
prefixo “re” tem o significado de “voltar a acontecer”.
Num propósito
pratico quero fazer a seguinte colocação:
A importância mais
significativa do termo reconhecimento alude a uma necessidade crucial de todo
ser humano, em qualquer idade, circunstâncias, cultura, época ou geografia, em
sentir-se reconhecido e valorizado pelos demais e saber que ele realmente
existe como indivíduo.
Qualquer
pensamento, conhecimento ou sentimento requerem ser reconhecido pelos outros
para adquirir uma existência, ou seja, passar do plano pessoal para o
interpessoal, e vice-versa.
Para concluir quero
dizer o seguinte:
Quando somos
capazes de deixar que o Espírito de Deus aja em nós, podemos ser capazes de
transformar aquilo que somos em ação concreta. Pois ao compreendermos que o que
somos hoje, é fruto daquilo que passei a crer. E que essa fé que hoje tenho é
manifestada nas ações que posso realizar então todo gesto de bondade, de
carinho, de amor, se tornará uma forma de gratidão e louvor. Pois nós mesmos
somos frutos de um amor maior que esse que podemos oferecer.