Desculpas não podem
apagar uma coisa que já aconteceu.
Quando estamos
enfermos em nossas emoções e sentimentos, podemos entristecer sem perceber.
A tristeza é dos
elementos psicológicos um dos mais importantes. Pois ela pode ocupar um espaço
na vida da pessoa, fechando a porta para a alegria e o prazer de viver.
Impedindo-a de usar os recursos que a leva a felicidade.
E quando alguém
pede desculpas está fazendo um apelo para que se torne ausente de culpa. Significa
que há presença de culpa e alguém está apelando para o perdão do outro.
Mas não é fácil
perdoar... Pois não é fácil esquecer.
Como reatar o que se
perdeu?
Há casos em que o
perdão é reatar um relacionamento, mostrar novamente a mesma empolgação que
havia antes do fato acontecer. Se isso acontece, podemos dizer que houve o
perdão.
Mas e quando não há
possibilidade de reaver o que se perdeu? Quando há uma perda gerada por um assassinato
por exemplo.
No ensinamento
cristão, a questão do perdão é amplamente pregada. Mas vivemos num mundo onde é
preciso compensar o erro. Querer algo em troca. Nesse caso o perdão passa a ser
na sociedade um mero formalismo, algo que é preciso para satisfazer a pressão
social cristã. Isso significa que nem sempre aquele que está concedendo o
perdão, o está fazendo de fato.
No exemplo do
assassinato não há a possibilidade de tudo voltar a ser como antes. Não é como
perder um livro que foi emprestado e ter outro comprado em seu lugar.
O perdão é um
processo mental e também espiritual que ajuda acessar o sentimento de
ressentimento ou raiva que se possa ter contra alguém. O perdão ajuda a cessar
a exigência de castigo ou restituição, concedido sem qualquer expectativa de
compensação.
Foi esse o
ensinamento de Jesus quando disse: “O senhor daquele servo, pois, movido de
compaixão, soltou-o, e perdoou-lhe a dívida” (Mateus 18. 27).
Perdoar é esquecer
completamente as ofensas. É resultado de um coração sincero, generoso e não
fere o amor próprio do ofensor. Ele não impõe condições humilhantes tampouco é
motivado por orgulho ou ostentação. O verdadeiro perdão se reconhece pelos atos
e não pelas palavras.
Foto:
"O Retorno do Filho Pródigo", obra de Rembrandt