Qual tem sido a
prioridade do homem no século XXI?
No ano de 2004, estatísticas
revelaram que dos 30 mil mortos em conflitos urbanos no país, parte deles eram
jovens na faixa de idade entre 15 a 24 anos. Eram jovens que não tinham emprego
e com alta evasão escolar.
Porque isso ocorre?
Porque cada
indivíduo vive em seu próprio mundo. Este mundo é aquilo de que tem experiência
interior: o que percebe, sente, pensa e imagina.
A razão humana
procura significados. Ela elabora os dados transmitidos pelos sentidos, ela
completa-os para ter um significado. E o que percebe, sente, pensa e imagina
está subordinado ao ambiente físico e social em que vive.
Numa relação
familiar, em geral, os pais estão dispostos a se dedicar aos filhos. Mas
ocorrem defeitos e problemas que dificultam ou distorcem a dedicação natural.
Por imaturidade,
alguns pais desejam inconscientemente continuar no seu papel de filho ou filha
ou, então por excesso de egoísmo, querem apenas seu papel de esposa, sem
incluir o de mãe.
A vinda do filho
frustra essa pretensão e, no íntimo, passa a rejeitar o filho.
Essas pessoas
ganham o mundo a sua volta; ganham status, são reconhecidos como bons
profissionais, bons empreendedores, capazes de tomar grandes decisões, mas
perdem a sua humanidade, sua capacidade de amar, de se importar.
Ganham o mundo e
perdem a sua família, como no texto a seguir.
A professora pediu aos alunos que fizessem uma redação e
nessa redação o que eles gostariam que Deus fizesse por eles.
À noite, corrigindo as redações, ela se depara com uma que
a deixa muito emocionada.
O marido, nesse momento, acaba de entrar, a vê chorando e
diz:
- O que aconteceu?
Ela responde:
- Leia! – Era a redação de um menino.
“Senhor, esta noite te peço algo especial: me transforme em
um televisor.
Quero ocupar o seu lugar.
Viver como vive a TV de minha casa.
Ter um lugar especial para mim, e reunir minha família ao
redor.
Ser levado a sério quando falo.
Quero ser o centro das atenções e ser escutado sem
interrupções nem questionamentos.
Quero receber o mesmo cuidado especial que a Tv recebe
quando não funciona.
E ter a companhia do meu pai quando ele chega em casa,
mesmo que esteja cansado.
E que minha mãe me procure quando estiver sozinha e
aborrecida, em vez de ignorar-me.
E ainda que meus irmãos “briguem” para estar comigo.
Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez
em quando, para passar alguns momentos comigo.
E, por fim, que eu possa divertir a todos.
Senhor, não te peço muito...
Só quero viver o que vive qualquer televisor!”
Naquele momento, o marido da professora disse:
- Meu Deus, coitado desse menino. Nossa, que coisa esses
pais.
E ela olha e diz:
- Essa redação é do nosso filho.
É preciso disposição para mudar. Estabelecer uma meta para priorizar aquilo que realmente
importa.
“Pois, que
aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se, ou prejudicar-se a si
mesmo?” (Lucas 9. 25).