Imagens da minha
infância inundavam a minha mente.
Comecei a recordar
um dia quando ainda deitado em minha cama, uma gata preta e branca que eu
tinha, e da qual eu gostava muito, entrou para debaixo da cama de minha irmã e
começou a miar. Minha mãe veio logo em seguida e parecia querer que eu não
assistisse aquela cena. A gata estava morrendo, tinha sido envenenada.
Mas algo surreal
aconteceu, eu olhei para a gata a qual eu era muito apegado e ela me olhou
miando. Ela tinha dado a luz dois filhotes, estavam ainda pequenos, e era como
ela quisesse dizer: “Toma conta deles”. Em sussurro eu falei: “Pode deixar”.
E assim eu fiz. Na
minha imaginação de criança me tornei o protetor dos filhotes e cuidei deles
até quando cresceram.
Essa experiência me
fez aprender que existem pessoas precisando ser cuidadas. Com a mesma dedicação,
com a mesma atenção.
Pessoas que tem
dificuldades de se relacionarem. Pessoas que ao verem seus relacionamentos
serem ameaçados ou perdidos os trocam por objetos. Às vezes por animais, às
vezes por jóias. Outras vezes, são abraços de homens ou mulheres desconhecidos.
Ou ainda, por vícios.
Pessoas que se
apegam a esses objetos para compensar a necessidade de amor. Mas o que se
precisa na verdade é algo mais profundo.
Não se pode
encontrar amor naquilo que é um substituto para ele. Pode-se extrair euforia,
mas não um amor verdadeiro. Pode-se encontrar algo passageiro, mas nunca uma
satisfação duradoura.
Aprendi que: “Onde
estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Lucas 12. 24).
Na infância
enquanto tive “amizade” com aquela gata e depois cuidando dos seus filhotes.
Deus foi moldando em mim um tipo de caráter que ele quer que eu tenha. As
experiências nos moldam.
E aquilo que fica para trás, se torna uma lembrança de tantas coisas que podemos fazer e não
fazemos. De tantas oportunidades que temos e não aproveitamos.
Se preocupa muito em ter ao invés de ser. Se preocupa muito em obter, e se esquece de concertar aquilo que se tem e se estragou. Se preocupa muito em procurar viver de forma a fugir da infelicidade mas, nada se faz para que a felicidade seja uma realidade. Pois a cada dia, a cada ano de se inicia, se faz sempre as mesmas coisas... sempre, conseguindo assim os mesmos resultados.
Eu quero dizer: "adeus ano velho", para que ele seja velho de verdade. E começar a viver numa
nova perspectiva. Fazer algo verdadeiramente novo. E gostaria de convidar você a fazer o mesmo...
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