O muito que eu possa vir conhecer acerca de
Deus, é muito pouco em relação a tudo o que Deus é. Mas uma coisa que me
impressiona é que, embora sendo Deus, Jesus dava importância para as obrigações
humanas.
Quando leio o seguinte texto: “Certo! – disse
Jesus. – Isso quer dizer que os cidadãos não precisam pagar. Mas nós não
queremos ofender essa gente. Por isso vá até o lago, jogue o anzol e puxe o
primeiro peixe que você fisgar. Na boca dele você encontrará uma moeda. Então
vá e pague com ela o meu imposto e o seu” (Mateus 17. 26). Me impressiona o
zelo de Jesus em não querer ofender aquela gente.
O imposto do templo era cobrado a todo homem
judeu acima de vinte e um anos de idade. Era usado para sua manutenção.
O valor equivalia a dois dias de trabalho de
um trabalhador comum.
Aqui nesse texto fica evidente que Jesus
ainda não tinha pagado esse imposto. Por isso Pedro foi inquirido pelos
coletores.
Com a resposta de Jesus podemos observar duas
coisas: a primeira é que, como Filho de Deus, Jesus não tinha a obrigação de
pagar o imposto do templo, até porque o templo pertencia a Ele - (Malaquias 3.
1).
A segunda é que, como descendente de Davi,
Jesus não se sentia na obrigação de pagar o imposto uma vez que o Rei Saul
tinha prometido: “Quem matar esse filisteu receberá uma grande recompensa: o
rei lhe dará muitas riquezas, lhe dará sua filha em casamento, e a família do
seu pai nunca mais vai ter de pagar nenhum imposto” (1 Samuel 17. 25). É
interessante, pois Jesus inclui seus discípulos como também sendo livres dessa
obrigação.
No entanto, Jesus disse a Pedro que assim que
tivesse a moeda em mãos fosse lá pagar tanto o imposto dele como também o de
Pedro.
Jesus estava ensinado a Pedro sobre a
responsabilidade social que todo cidadão deve ter com aquilo que se deve dar a
César. “Disse-lhes então: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é
de Deus” (Lucas 20. 25).
Ser cidadão no planeta terra implica em
muitas vezes darmos a César aquilo que ele nos cobra. Mesmo quando não sentimos
na obrigação de fazê-lo. Jesus disse a Pedro: “Para não ofender a essa gente...
vá e pague”.
Ser cristão consiste em aprender a mudar o
comportamento, em adquirir novos hábitos. Em assumir uma percepção diferente
daquilo que está a nossa volta.
Nossa vitória está condicionada as escolhas
que fazemos em nossa vida. Se escolhermos respeitar as autoridades, estamos
escolhendo respeitar a Deus.
A Bíblia ensina que “Obedeçam às autoridades,
todos vocês. Pois nenhuma autoridade existe sem a permissão de Deus, e as que
existem foram colocadas nos seus lugares por Ele” (Romanos 13. 1).
Sei que às vezes será bem difícil agir assim
devido às injustiças, a arrogância e a maldade de muitas autoridades, todavia o
apóstolo Paulo ensina para os cristãos romanos como deve ser a nova vida no
serviço de Deus, ele escreve: “Não deixem que o mal vença você, mas vençam o
mal com o bem” (Romanos 12. 21).
Jesus ensinou a Pedro as implicações
espirituais nas obrigações humanas. Pois além de cidadãos do céu. Somos cidadãos
também aqui. E enquanto estivermos aqui, devemos a César o que é de César, sem
nos esquecermos de dar a Deus aqui que lhe é de direito. Toda honra, todo
louvor, toda adoração... Toda glória seja dada a Ele.
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