“Responde-me quando
eu clamar, ó Deus da minha justiça! Na angústia me deste largueza; tem
misericórdia de mim e ouve a minha oração” - (Salmos
4.1).
Às vezes precisamos ser levados a passar por
muita disciplina e muitas provações, a fim de atingirmos uma realidade
espiritual.
O Espírito Santo pode nos conduzir a isso.
O texto de Salmos capitulo 4 e verso 1, nos
mostra que Deus permitiu que Davi passasse por muitas tristezas afim de que
pudesse conduzi-lo à largueza.
Tiago em sua carta nos ensina: "Ouvi,
meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que são pobres quanto ao mundo para
fazê-los ricos na fé e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?"
(Tiago 2. 5).
Deus escolhe os pobres do mundo para que
sejam ricos na fé.
Ele não nutre a ideia de ter Seus filhos
sempre na aflição e na pobreza. Seu alvo é levá-los da aflição para a largueza,
da pobreza para a riqueza na fé.
“Tá e daí? O que tem isso haver comigo”?
Talvez seja a sua pergunta. “Que largueza é essa? O que isso significa”?
O que é largueza?
Segundo o Minidicionário Compacto da Língua
Portuguesa: Vem da palavra “Largo”, que significa aquilo que tem grande
extensão transversal; amplo; vasto.
A largueza da qual o salmista fala, é quando
em aflição você é levado por Deus a um lugar amplo para desfrutar d'Ele.
Onde até mesmo a angústia não é capaz de
deprimir você.
Você tem ideia do que isso significa?
Basta olharmos para alguns exemplos na Bíblia
para compreendermos. Está em angústia sem nos deprimir é como desfrutar
da companhia de uma Quarta pessoa numa fornalha ardente (Daniel 3.25); ou como ser
lançado numa prisão com os pés no tronco e ainda poder orar e cantar hinos a
Deus (Atos 16.24,25).
Uma pessoa presa atrás das grades, mas que
ainda desfruta da presença do Senhor, certamente é uma pessoa alargada.
O Salmo de Davi nos mostra que o Espírito
Santo aspira nos guiar para a largueza através da aflição; mas que tristeza
termos que admitir que algumas vezes somos abatidos por ela.
Na carta de Tiago vemos o propósito do Senhor
no caso de Jó, de como o Senhor é cheio de piedade e misericórdia: "Eis
que chamamos bem-aventurados os que suportaram aflições. Ouvistes da paciência
de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu, porque o Senhor é cheio de
misericórdia e compaixão" (Tiago 5.11).
Jó compreendeu o fim do Senhor, mas alguns
chegam a um fim antes que o fim do Senhor seja alcançado!
Eles são pressionados pela aflição e falham
em chegar a um lugar espaçoso. Tão logo são testados eles murmuram e acusam a
Deus de não ser justo; o resultado é que a aflição os faz capotar, não
permitindo que sejam levados à largueza.
Alguns cristãos podem não estar na angustia,
mas na pobreza. Eles carecem da realidade espiritual. O que tem só é bastante
para suprir suas próprias necessidades. Como podem falar em ajudar outras
pessoas?
Outros irmãos não são eloquentes na igreja
nem tem muito conhecimento, entretanto sabem como orar. Sempre que escutam algo,
eles oram por aquela coisa. Oram pelos doentes, pelos irmãos e irmãs em
dificuldades. Eles suprem a igreja constantemente com suas orações.
Existem aqueles irmãos e irmãs que só se
reúnem, mas nunca oram; eles ouvem as mensagens e ainda assim não oram; nada
tem com que suprir a igreja. São pobres porque não receberam a disciplina do
Espírito Santo e não sabem o que é realidade espiritual.
Esses são como as galinhas que só se
alimentam de restos, só comem sobra dos outros. Não procuram se alimentar
direto das mãos de Deus.
Nosso texto é um trecho de um dos muitos
Salmos de Davi.
Davi! Este nome que fala de coragem, proclama
realeza e comove o coração dos israelitas. Mesmo depois de passados mais de 30
séculos, o rei Davi permanece como um gigante entre os homens.
Davi foi lamentavelmente humano e
maravilhosamente santo, atrevidamente corajoso e degradantemente carnal, magnificamente
régio (digno do rei) e mundanamente deplorável.
Foi um homem entre os homens, mas também um
homem segundo o coração de Deus.
Foi culpado de derramamento de sangue na
guerra, mas familiarizado com as bênçãos da adoração.
Davi enquanto permanecia nos seus pecados, na
sua angústia, sofreu como qualquer um de nós sofremos quando estamos passando
por adversidades, a ponto de ficar doente: "Enquanto guardei silêncio,
consumiram-se os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo." (Salmos
32.3).
Deus estava permitindo que Davi passasse por
isso, o Espírito Santo o estava conduzindo a passar por uma disciplina: "Porque
de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão
de estio" - suas forças se acabaram (Salmos 32.4).
Mas que largueza encontrou Davi ao orar a
Deus e pedir perdão por suas maldades, suas fraquezas: "Confessei-te o meu
pecado, e a minha iniquidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as
minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado" (Salmos 32.5).
Ele descobriu que todo aquele que ama a Deus
deve orar a Ele, para quando vierem as ondas de sofrimento, não serem atingidos
por elas: "Pelo que todo aquele é piedoso ore a ti, a tempo de te poder
achar; no trasbordar de muitas águas, estas a ele não chegarão" (Salmos
32.6).
Deus alargou a vida de Davi, o tornou um
homem rico na fé.
Deus não nutre a ideia de ter Seus filhos
sempre na aflição e na pobreza. Seu alvo é levá-los da aflição para a largueza,
da pobreza para a riqueza na fé.
Davi descobriu isso, e pôde então afirmar com
toda a certeza: "Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e
cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui a iniquidade,
e em cujo espírito não há dolo" (Salmos 32.1,2).
Que tal pedir a Deus para nos fazer ver com
novos olhos a nossa aflição, para que possamos aprender com elas quais são as
oportunidades que o Senhor está nos dando.
Que o Senhor dê largueza à nossa vida e nos
abençoe.
Até breve.
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