Como é possível crer no
livro de Gênesis hoje?
A ciência já não provou que
é tudo mentira?
O dilúvio não é um velho
mito?
Os cristãos podem acreditar
na evolução?
O que é a vida?
Será que ela tem algum
significado?
Afinal, por que estou aqui?
Quase ninguém pára para
pensar é que a o problema da fé, está intimamente ligado ao problema da dúvida
religiosa.
A dúvida em si não é má,
pois faz parte integral do desenvolvimento religioso do homem, e de todo
processo evolutivo de sua personalidade.
Estamos errados quando
encaramos a dúvida como algo horrendo e repugnante. O mais sensato é encará-la
como parte que integra o processo da evolução psicológica do homem.
Pedro teve seu momento de
dúvida; “Se é o Senhor mesmo, mande que eu vá andando em cima da água até onde
o Senhor está” (Mateus 14. 28). João Batista também teve seu momento de dúvida:
“O Senhor é aquele que ia chegar ou devemos esperar outro?” (Mateus 11. 3).
Natanael teve seu momento de dúvida: “E será que pode sair alguma coisa boa de
Nazaré” (João 1. 46). E o discípulo Tomé na clássica questão duvidosa: “Se eu
não vir o sinal dos pregos nas mãos dele, e não tocar ali com o meu dedo e
também se não puser a minha mão no lado dele, não vou crer!” (João 20. 25).
Se o homem não pode duvidar,
não precisa crer.
Tudo que pode ser provado
intelectualmente, matematicamente, sobre isso não é preciso haver qualquer
crença, pois é algo que se apresenta sem qualquer dúvida. Mas para aquilo que
não se pode ser provado, que não pertence ao mundo racional, para isso é
preciso crença.
Porém quando a dúvida se
torna persistente, pode levar o homem a indiferença e ao desespero. A
inquietação causada pode apresentar sintomas de tristezas profundas, de insegurança
e de falta de confiança que se mistura com o sentimento de culpa. Nesse sentido
a dúvida se torna uma experiência dolorosa de perplexidade que se confunde e
que perturba a mente.
Em alguns lugares, onde o
ambiente se mostra religioso, a dúvida é considerada como pecado. E por isso se
condena a culpa, lhe negando o devido lugar na evolução religiosa do ser
humano.
Mas se for analisada de
forma não mística, sem essa consideração pecaminosa. Descobre-se a importante
função da dúvida na evolução espiritual de cada indivíduo. Por que é a dúvida
que leva o homem a fazer uma investigação honesta, que revela erros
tradicionais, exigindo a correção dos mesmos. E ela que estimula a discussão e
a troca de opiniões que iram possibilitar a progresso na busca da verdade.
Quando negamos a
possibilidade da dúvida, abrimos uma porta maior para a probabilidade de
conflitos que poderão se tornar na mente de alguém, uma questão insolúvel. Podendo
criar pessoas hipócritas, conformistas e incrédulos rebeldes. Ao passo que,
permitir que a dúvida ocupe seu lugar, pode ajudar a desenvolver uma
personalidade de forma harmoniosa. Pois uma dúvida esclarecida é aquela que
está mais interessada em aprender do que em argumentar ou defender certos
preconceitos. Que tem coragem de fazer autocrítica, e é capaz de desfazer a
indiferença e o cinismo.
Se a dúvida religiosa não
encontra uma solução adequada pode levar o homem a uma atitude cética ou
ateísta.
Ateus são aqueles indivíduos
que não têm uma fé religiosa. Eles podem crer em muitas outras coisas, mas sua
fé não tem por objetivo algo que seja necessariamente religioso.
Isso me faz lembrar um
versículo bíblico: “Sem fé ninguém pode agradar a Deus, porque quem vai a Ele
precisa crer que Ele existe e que recompensa os que procuram conhecê-lo melhor”
(Hebreus 11. 6).
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