Alguém pode perguntar: Como podemos definir o
sentimento de ansiedade?
E a resposta que poderemos dar é a seguinte: A
ansiedade é um sentimento
muito próximo do medo. O que irá diferenciar é que no medo existe uma situação
real. Algo está acontecendo e desencadeando esse sentimento. Na ansiedade não
existe uma situação real, o que existe é uma situação subjetiva, ou seja, uma
interpretação que alguém faz de uma situação e a considera como perigosa.
A
ansiedade é um instrumento importante, todos carregam dentro de si uma dose de
ansiedade, é ela que nos possibilita ficarmos alertas e encontrarmos soluções
em situações de perigo iminente.
Porém,
é quando a ansiedade se torna patológica, que se torna um problema, isto é,
quando ela passa a ser uma lente de aumento e começa a distorcer a proporção de
realidade. Quando isso acontece, a ansiedade começa a incapacitar as pessoas
para a vida.
Um
clima bem diferente da vida abundante da qual o Senhor Jesus disse que
poderíamos ter, conforme o livro de João no capitulo 10 e verso 10.
Nos
dias atuais, vivemos em uma sociedade que por si só já desencadeia um alto grau
de ansiedade. A maior parte das pessoas já acorda preocupada e,
conseqüentemente, ansiosa com horários, dificuldades financeiras, com o
transito, com o desemprego, em manter um bom desempenho profissional, pessoal,
familiar, uma boa forma física, com a violência, etc. Todo esse estresse pode
agravar um estado de ansiedade, ficando cada vez mais impossível o
enfrentamento destas e outras situações.
Quando
a ansiedade se torna patológica, ela pode trazer uma série de conseqüências,
transtornos e fobias. Como por exemplos: O Transtorno Fóbico-Ansioso, que é um tipo de manifestação da
ansiedade. Seu sintoma mais importante é a fobia, um medo exagerado e desproporcional frente (ou mesmo só de
imaginar) a uma determinada situação, objeto, ou lugar que não representa
perigo real. Essas pessoas passam a evitar se deparar com essas situações,
trazendo prejuízos para a vida pessoal, profissional, familiar, afetiva, etc.
Outra
conseqüência da ansiedade é a Falta de
Auto-Estima ou Autoconfiança. Do ponto de vista psíquico, a pessoa
parece não reconhecer em si os recursos internos que possibilitariam o
enfrentamento de determinada situação. Parece haver também uma predisposição genética, isto é,
indivíduos que tem histórico familiar de quadros de ansiedade parecem ter mais
probabilidade de desenvolver este sintoma. Outro fator importante são situações traumáticas. Indivíduos que
viveram experiências muito difíceis podem desenvolver um tipo de ansiedade
denominada stress pós-traumáticos.
Há também a Síndrome do Pânico, que é mais uma das manifestações da
ansiedade. Caracteriza-se por uma crise de curta duração, de ansiedade extrema,
onde os principais sintomas são: medo de morrer, calor ou frio intenso,
sensação de formigamento, tonturas, taquicardia, sudorese, falta de ar e
outros. Após a primeira crise a pessoa passa a ter medo de ter outra crise e
começa a evitar situações que pensa poder desencadeá-la. Desta forma, se não
for devidamente tratada pode evoluir a ponto de, gradativamente, incapacitar o
indivíduo para a vida.
Algumas
vezes pode acontecer também a Depressão,
não há um consenso do que é causa ou conseqüência. Mas se observa que
ansiedade e depressão caminham juntas. Indivíduos deprimidos podem apresentar
estados ansiosos e vice-versa.
Ainda
há mais um transtorno que pode acompanhar a ansiedade. É o chamado T.O.C. que significa Transtorno
Obsessivo-Compulsivo, ocorre com uma freqüência bem maior do que se imagina. Se
não tratado, pode incapacitar as pessoas para o trabalho e acarretar sérias
limitações à convivência com seus familiares e com as outras pessoas.
Caracteriza-se por preocupar-se excessivamente com limpeza, lavar as mãos a
todo o momento, revisar diversas vezes portas e janelas ou o gás antes de se
deitar, não usar roupas vermelhas ou pretas, não passar em certos lugares com
receio de que algo ruim vai acontecer depois, não sair de casa em determinadas
datas, ficar aflito caso os objetos sobre a escrivaninha não estejam dispostas
de uma determinada maneira. Esses são alguns exemplos de ações que popularmente
conhecemos como “mania”.
Com
todos esses transtornos e fobias, não fica difícil entender o porquê Jesus dava
importância ao fato de não se ter uma vida baseada na ansiedade. Ele disse: “Não
procureis, pois, o que haveis de comer, ou o que haveis de beber, e não andeis
preocupados” (Lucas 12. 29).
O
apóstolo Paulo ensinava a mesma coisa para a Igreja da cidade de Filipos, em
sua carta ele escreveu: “Não andeis
ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos
diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças” (Filipenses 4. 6).
Leia também:
O Cristianismo e a Ansiedade - Parte 1.
O Cristianismo e a Ansiedade - Parte 3.