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Ano Novo: Escrevendo Nossas Páginas de Fé e Esperança

À medida que nos despedimos do ano que se encerra, é tempo de refletir sobre nossas jornadas, nossas alegrias e desafios. Olhamos para trás com gratidão por tudo o que conquistamos e com sabedoria para aprender com nossos erros. À nossa frente, um novo ano se abre como um livro em branco, esperando por nós para escrevermos suas páginas com histórias de amor, esperança e superação.   Que possamos abraçar o futuro com coragem, determinação e fé, lembrando que em tempos de incerteza, nossa fé nos sustentará. Assim como está escrito em Jeremias 29:11: 'Porque eu sei que pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.'   Que em 2024 possamos seguir os planos de Deus, confiando em Sua orientação, e que cada passo que dermos seja um passo em direção à Sua vontade. Que a paz de Deus nos guie, a alegria de Seu amor nos preencha e Sua graça nos sustente ao longo do novo ano. Feliz Ano Novo!".     O amor é

Às Vezes Precisamos Ficar Tristes


“Em verdade, em verdade, vos digo que vós chorareis e vos lamentareis”

Assistia à entrevista feita ao artista Emicida no programa De Frente Com Gabi. Achei muito interessante algumas das coisas que ele falou e do seu relato em relação a morte de seu pai e de como começou a compor e gravar suas músicas, de como começou a canta dentro de igrejas evangélicas e do candomblé. No entanto uma coisa me chamou a atenção. Foi quando a apresentadora Marília Gabriela, a Gabi, lhe questionou acerca do colar que ele estava usando e lhe fez uma pergunta acerca de Deus. Se ele acreditava em Deus. Sua resposta foi: “eu acho que a idéia de Deus é quando as pessoas são felizes”.

Todo mundo quer ser feliz.

Existe hoje muita ênfase na busca da felicidade. Isso acontece até mesmo dentro das igrejas. Parece que há um medo coletivo em relação à tristeza.

Existe muita ênfase no pensamento positivo, na autoestima invencível, na prosperidade financeira, e coisas que ajudam o ser humano nessa busca pela felicidade.

Ninguém tem dúvida de que se é muito mais fácil lidar com a felicidade e a alegria do que com a dor e a tristeza.

Creio que todos nós em algum momento da vida já fomos inundados por ondas de pesar ou de tristeza. E quem não já se sentiu paralisado por sensações de desespero? Isso é situação normal a todos nós.

Até mesmo Jesus passou por momentos semelhantes: “E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Então lhes disse: A minha alma está triste até a morte; ficai aqui e vigiai comigo” (Mateus 26: 37, 38).

Emoções como essas, além de dúvidas e desapontamento podem nos ensinar muito acerca de nós mesmos. A forma como agimos e reagimos a estas questões revelam quem de fato nós somos. E também nos ensinam o que de fato significa a felicidade.

Da mesma forma que para se aprender a se levantar precisamos cair. Precisamos da tristeza para se conhecer o que é a felicidade.

Felicidade vai além de simples prazeres sensoriais, ou aquela ideia de que tudo poderia ser melhor do que é.

Jesus tinha uma ideia real do que lhe esperava. Ele cresceu olhando para aquelas cruzes que ficavam lá no alto do morro. Ele via tudo isso com um olhar positivo, caso contrário teria desistido de tudo muito cedo.

Se Jesus olhasse de forma negativa sua vida, teria ficado infeliz e esse sentimento de infelicidade o levaria a pensar que a vida é injusta.

Mas Jesus sabia que para ser uma pessoa completa, é preciso passar por situações difíceis. Era preciso aprender a lidar com essas situações.

A palavra felicidade vem do grego, da palavra eudaimonia, que traz a ideia de viver de acordo com a razão; de realizar o que consideramos nossa finalidade; de cumprir com o dever cívico; de levar uma vida virtuosa, de estar totalmente comprometido em vivenciar a amizade e o amor humano.

Jesus sabia disso. É por isso que acredito que Ele viveu com um olhar positivo mesmo diante as cruzes que lhe vinham a vista.

Mas melhor do que ter uma atitude positiva é ter uma visão realista.

Jesus sabia que os relacionamentos podem nos causar a mais profunda satisfação e nos dar uma imensa sensação de felicidade e de nos sentirmos seres completos. E sua missão consistia em unir o homem a Deus.

Por ser realista Jesus sabia também que, em essência esse relacionamento é confuso, imprevisível, e não raro é fonte de desapontamento, angústia e tristeza: “Depois voltou e encontrou os três discípulos dormindo. Então disse a Pedro: Será que vocês não podem vigiar comigo nem uma hora? (Mateus 26: 40).

Uma verdade da experiência humana da qual não podemos ignorar é que os momentos de alegria, as sensações de contentamento que nos invadem , só fazem sentido quando se contrasta com as experiências de desapontamento, sofrimento e de tristeza. 

Depois da amarga experiência no Jardim do Getsêmani, das violentas cenas que viram no pátio do palácio até o local da crucificação, os discípulos começaram a entender o que Jesus queria dizer com: “Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas eu vos tornarei a ver, e alegrar-se-á o vosso coração, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará” (João 16: 22).

Quando o ser humano vivencia mudanças drásticas nos dias de hoje, como divórcio, falecimento, abandono, doenças que trazem risco de vida, aumenta o nível de ansiedade. Nesse momento é comum sentirmos estresse, tristeza, e até mesmo pânico.

Na sociedade, quando essas mudanças drásticas são vivenciadas, encontramos uma epidemia de ansiedade e insegurança. Vivenciamos redução na família, desemprego, crise econômica internacional, injustiças, abusos sexuais, problemas com drogas, corrupção, tudo isso aumentando nosso grau de ansiedade e criando uma sensação de incômodo e incapacidade.

Parece que tudo está fora de controle. Com tendências a piorar.

Então não é justo pensar em felicidade como sendo apenas um modo que criar uma sensação festiva em quem passa por situações de despontamento.

Para nos tornarmos seres humanos desenvolvidos, com experiências de vida precisamos passar por essa experiência de tristeza e sofrimento até o fim. “e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2: 8).

A satisfação pessoal vem com a dor e com o sofrimento e não com o prazer. É um erro querer apressar o processo de lidar com a tristeza.

Aquilo que chamamos de alegria e felicidade passa tão rapidamente como o vento. Mas as emoções de tristeza e sofrimento precisam de tempo para fazer o seu serviço.

Disse Jesus:“Em verdade, em verdade, vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós estareis tristes, porém a vossa tristeza se converterá em alegria” (João 16: 20).

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