Post Em Destaque

A Impunidade e a Disciplina na Igreja: Uma Reflexão com Base em 1 Coríntios 5:1-13

  A palavra “impunidade” tem se tornado cada vez mais comum em nosso vocabulário, especialmente em tempos onde a violência e o desrespeito às leis parecem estar em ascensão. O Oxford define impunidade como “falta de punição, de castigo”, enquanto o Caldas Aulete complementa ao descrever como “o não cumprimento de uma pena por alguém que cometeu um delito. Estado de tolerância ao crime”. Em um contexto espiritual, a impunidade é igualmente grave e pode ser vista como um desprezo pelas diretrizes divinas de respeito, amor ao próximo e reverência a Deus. O profeta Oséias já alertava sobre isso em Oséias 4:1-2, onde descreve como a desobediência a Deus resulta em uma sociedade desprovida de verdade, amor e conhecimento do Senhor. A impunidade, como consequênciado pecado, não é novidade . Desde os primórdios da humanidade, vemos exemplos de pessoas que, mesmo não enfrentando consequências imediatas por seus atos, não escaparam do julgamento divino. O Salmo 34:16 lembra-nos de que “o ro...

Agentes da Paz

Vivemos em um mundo que nos condicionou a acharmos difícil levar a sério o mandamento de Jesus a que “voltemos a face” (Mateus 5.39). Oferecer a outra face foi proferido por Jesus durante o Sermão da Montanha, trata-se de responder a um agressor sem o uso da violência.

As pessoas a quem Ele falava já conheciam as Escrituras, pois Ele disse: “Ouvistes que se disse: ‘Olho por olho e dente por dente.’” (Mateus 5:38). Mas o que isso significava para aquele tempo e o que significa para nós hoje? Será que é um aconselhamento para que os cristãos sejam vítimas passivas? Será um ensinamento para que o cristão sofra em silêncio e se recuse a recorrer à justiça?

Estamos condicionados a responder agressivamente à violência física e verbal. Mas a pacificação não é um mandamento opcional. Paulo escrevendo aos Romanos disse: “Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Romanos 12. 18). Isso nos mostra que a pacificação é uma exigência básica da nossa fé.


Nos tempos do Antigo Testamento, a punição “olho por olho” era aplicada somente após o infrator ser julgado pelos sacerdotes e juízes. Eram eles que avaliavam as circunstâncias, levando em consideração até ao ponto em que se soubesse que a inflação tinha sido intencional. Podemos encontrar essa questão nos textos de Êxodo 21. 24, Levítico 24. 20 e Deuteronômio 19. 15-21.

Segundo Adam Clarke, um erudito bíblico do século 19, os judeus parecem ter distorcido essa aplicação da lei para “justificar ressentimentos pessoais e todos os excessos motivados por vingança. Atos de vingança eram levados a extremos e acabavam sendo mais severos do que o erro cometido”.

Porém as Escrituras não aprovam vinganças pessoais. Para os primeiros cristãos que viveram com perseguição e escárnio não foi fácil. Todavia, eles deram um testemunho eficaz de paz contra a violência de Roma.

Quando Jesus menciona sobre “oferecer a outra face”, tem mais a ver com o verdadeiro sentido da lei de Deus dada aos Israelitas do que seus discípulos terem de oferecer o outro lado. Nos tempos bíblicos um tapa não tinha a intenção de machucar, era sim um insulto para provocar uma briga. Portanto, o que Jesus está ensinando é que se alguém quiser provocar uma briga com um tapa, ou com algum tipo de sarcasmo, a pessoa esbofeteada não deve revidar. Evitando pagar o mal com o mal (Romanos 12. 17).


Devemos pedir ajuda a Deus em oração, para aprendermos a não responder a violência com a mesma violência. Pedir a Ele para nos dar a vontade de sermos pacificadores e a sabedoria para saber reagir a situações que poderiam levar a violência.

Augusto Cury escreve: “Dar a outra face é um símbolo de maturidade e força interior. Não se refere à face física, mas à psíquica. Dar a outra face é procurar fazer o bem para quem nos decepciona, é ter elegância para elogiar quem nos difama, altruísmo para ser gentil com quem nos aborrece. É sair silenciosamente e sem estardalhaço da linha de fogo dos que nos agridem. Dar a outra face previne homicídios, traumas, cicatrizes impagáveis. Os fracos se vingam, os fortes se protegem”.

Deus deseja que sejamos embaixadores pela paz onde quer que vamos.